Missão: Impossível – Nação Secreta


Por Gabriel Fabri

Com Missão: Impossível – Nação Secreta, a série estrelada por Tom Cruise e produzida por J.J. Abrams (que nesse ano dirige o novo Star Wars) chega ao seu quinto episódio. Sem qualquer pretensão de reinventar a franquia, como grande parte das continuações em 2015, a nova sequência mantém o alto nível de qualidade da série e resulta em um ótimo divertimento. 

Na trama, a agência secreta IMF é desmantelada e Ethan Hunt (Tom Cruise) é dado novamente como fugitivo. O problema é que, com a CIA o perseguindo, o agente terá que provar sozinho a existência de uma organização terrorista, chamada de “Sindicato”. Para isso, terá a ajuda de um dos integrantes do grupo, a ex-agente britânica Ilsa Faust (Rebecca Ferguson, de Hércules), uma personagem em que não se sabe bem se é possível confiar. 
Dirigido por Christopher McQuarrie, que já havia trabalhado antes com Cruise em Jack Reacher – O Último Tiro, o novo Missão: Impossível entrega o que se espera: perseguições alucinantes, lutas bem coreografadas, uma tenção sexual entre os dois personagens principais, um pouco de humor – tudo isso, de preferência, em locais novos e exóticos. Depois do prédio mais alto do mundo em Abu Dhabi, no quarto filme da série, agora a ação se passa em lugares como no Marrocos, em uma ópera em Viena e na asa de um avião decolando.
O que pode se chamar de novo aqui é a presença da personagem de Rebecca Ferguson, que divide a atenção do espectador com Cruise. Ela é a peça mais importante e interessante do jogo aqui, pois, além de carismática, é uma espécie de agente tripla – ela trabalha para o governo britânico, para os terroristas ou para Hunt? A desconfiança e a simpatia por ela é uma constante na cabeça do espectador. Responsável por revitalizar a franquia em 2006, o produtor J.J. Abrams chegou a Missão: Impossível após realizar a série de TV Alias, sobre uma agente dupla interpretada por Jennifer Garner. O tema não é novo, portanto, mas traz charme e certa sofisticação para a trama. 
Além de Ilsa Faust, o elenco de personagens coadjuvantes funciona, e todos tem um papel importante para a trama e para o desenrolar do filme. Dos rostos mais conhecidos, está o de Alec Baldwin, que terá os seus momentos de humor mais para o final do longa-metragem. Antes disso, o público pode estranhar a seriedade do ator, que costuma interpretar sim personagens sérios, mas sempre com uma veia cômica, sutilmente sarcástica.
Missão: Impossível – Nação Secreta entretém muito, cumprindo à risca a fórmula dos filmes de espionagem. Não há nada de inovador aqui, mas o público sairá satisfeito, e com razão. Fica apenas a sensação de que algo mais ousado poderia ser feito: se “tempos de desespero exigem medidas desesperadas”, frase repetida duas vezes no filme, por que não aprofundar a questão do extremismo, por exemplo? Que desespero é esse, afinal? Há apenas uma cena em que, em uma televisão, se fala em crise econômica (e não é aqui no Brasil, vale ressaltar), o que pode passar batido. Não é pedir demais para um “filme-diversão”, é?
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