Boneco do Mal
Na trama, Brent (Lauren Cohan) se muda para um casarão na Inglaterra para cuidar de Brahms, supostamente um garoto de cinco anos. Chegando no seu novo emprego, ela se depara com um boneco, tratado como um filho pelo senhor e pela senhora Heelshire. Tudo complica quando o casal de velhinhos resolve viajar, deixando a mulher em casa, sozinha com o boneco – e uma lista de regras para cuidar dele. Ela, é claro, não as segue – mas logo percebe que o casal não era tão maluco como ela imaginava e que eles tinham bons motivos para mimar o boneco: Brahms pode ficar muito irritado.
O que se percebe em Boneco do Mal é que, apesar do filme seguir a cartilha do gênero, com sustos fáceis e uma ou outra cena assustadora (que se revela um sonho logo em seguida), por exemplo, existe uma tentativa do roteiro de ser criativo. Por isso, desde o começo não é explorada a possibilidade de Brent estar tão louca quanto o casal parece ser; o diretor quer que se acredite que, sim, o boneco é real e está vivo. O longa-metragem consegue isso. Mas, após o público já estar grudado na cadeira, com medo do boneco, o roteiro leva o filme por caminhos não imaginados – quem esperava que Lauren Cohan fosse bancar o papel de uma jovem assustada, presa em uma casa amaldiçoada por um espírito do mal, vai se surpreender.
A aceitação de que o boneco está ligado a um espírito causa uma curiosa mudança de comportamento na personagem. Afinal, Brent não age como uma criança aterrorizada – como qualquer pessoa normal ficaria se estivesse presa em uma casa com o espírito de um garoto e um boneco o representando. E, assim, o filme consegue ficar ainda mais bizarro do que o esperado. Não é assustador, mas o resultado é interessante.
| Gabriel Fabri