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Trolls - Pop with Popcorn

Trolls

Talvez você não os reconheça: dirigida por Mike Mitchell e Walt Dohrn, a nova animação da Dreamworks, Trolls, é inspirada na linha de bonecos Duendes da Sorte, que ganhou popularidade no mundo todo na década de 1960. Muito mais fofinhos do que os brinquedos comercializados, os personagens estrelam um longa-metragem bastante infantil, mas que deve conquistar a todos com o seu melhor recurso: a trilha musical, repleta de sucessos que marcaram época, de Cindy Lauper (“True Colors”) a Bonnie Tyler (“Total Eclipse of The Heart”), passando, é claro, pelo novo hit de Justin Timberlake, “Cant Stop The Felling”, composta para o filme.

Na trama, o reino dos Trolls é um lugar cujo lema é “dançar, cantar e abraçar”. Tudo é arco-íris, até que um reino onde só existe miséria e tristeza descobre a existência dos Trolls e da felicidade. Entretanto, essas criaturas infelizes só conseguem provar da alegria ao devorar um Troll. Vinte anos depois de escaparem das garras dos monstros, os Trolls dão uma grande festa para comemorar a segunda década em completa ausência de perigo. Poppy (Anna Kendrick), a troll cor-de-rosa, lidera a comemoração, apesar dos apelos do mal-humorado e pessimista Tronco (Justin Timbarlake) para não chamar atenção com o evento. Eis que os vilões descobrem o esconderijo e raptam alguns dos duendes para servir de banquetes. Cabe a Poppy se aventurar para salvá-los, e terá a ajuda de Tronco, que irá, nessa viagem, enfrentar alguns dos seus maiores desafios: ceder à vontade de receber um abraço, por exemplo.

Bem-humorado e repleto de mensagens sobre aceitação, pensamento positivo, a importância de expressar os seus sentimentos e a autoconfiança, Trolls garante uma diversão leve, que encanta pelas músicas. O ponto alto é a cena em que cantam “True Colors”, o momento mais simples e mais emocionante do filme, e, embora as criaturas coloridas cativam, é a empregada do Rei inimigo a personagem mais importante aqui: Bridget (Zoey Deschanel), que não tem a menor autoestima, vai descobrir o que é a coragem e a felicidade quando entrar em contato com os trolls, o que proporciona momentos engraçados quando ela encarna a Lady Glitter para conquistar o rei. O contraste gritante entre a dupla principal do filme, Poppy e Tronco, também funciona bem.

Nesse reino da infelicidade, onde tudo é cinza, não há uma explicação para como as coisas chegaram nesse ponto. Mas a dedução é simples, como a conclusão apressada do filme: um olhar pode mudar tudo. É uma questão de perspectiva. Às vezes só é preciso ajustar o foco. Por que não olhar para as coisas belas? Ao invés de devorar os Trolls, por que não aprender com eles a serem felizes? Em tempos em que o mundo parece caminhar para direções sombrias, talvez seja necessário prestar atenção em uma animação despretensiosa como essa.

| Gabriel Fabri

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