LEGO Batman: O Filme
Depois do excelente Uma Aventura Lego, o universo dos bonequinhos e blocos de montar retorna aos cinemas com o reforço dos personagens da DC Comics. Em LEGO Batman: O Filme, o diretor Chris McKay recria a Gotham City em versão Lego, trabalhando com sarcasmo o universo dos quadrinhos. O homem-morcego ganha uma versão ranzinza de si mesmo, em um filme repleto de referências pop e bastante colorido, em contraste com a tentativa de Zack Snyder de imprimir um tom mais sério ao universo.
Na trama, Batman fere os sentimentos do Coringa, no momento mais hilário do filme, ao afirmar que o palhaço não é o seu arqui-inimigo. O vilão (mega infantilizado aqui), então, arma um plano diabólico: se entrega para a polícia, fazendo com que Batman, certo de que Coringa tem cartas na manga, o mande para uma prisão intergalática. Lá estão vilões como o olho de Sauron de O Hobbit ou o Lorde Voldemort de Harry Potter, ou até mesmo o King Kong – a ideia do Coringa é libertá-los para juntos destruírem Gotham City. Enquanto isso, Batman se apaixona e tem que ser pai pela primeira vez, após acidentalmente adotar um órfão. Assim, ele terá que enfrentar seu maior medo: ter uma família.
Com várias mensagens para as crianças, como a importância de trabalhar em equipe, de expressar os seus sentimentos e não se fechar para o mundo, LEGO Batman entretém principalmente pelo humor, concentrado na figura sarcástica e ególatra do Homem-Morcego. A história é muito simples e similar ao roteiro básico dos filmes de super-herói – como em Batman vs Superman, é preciso união para destruir um inimigo que quer destruir o mundo apenas pela destruição dele. Mas o filme de McKay acerta na construção do personagem do Batman, ao criar um herói cheio de imperfeições. A história também acerta ao apresentar Robin não como um ajudante de Batman, mas como seu filho adotivo, aproximando ainda mais a aventura do público infantil.
LEGO Batman é uma animação divertida e tem o que dizer para as crianças, mas acaba soando como uma grande propaganda do universo da DC Comics, o que o torna um pouco cansativo, uma vez que a história, no fundo, não é tão criativa. Tem, porém, seus grandes momentos, e conquista o público com o seu humor mordaz, que também se apoia nessas referências, citando, por exemplo, como é uma má ideia reunir vilões para combater o crime. Uma alfinetada de leve em Esquadrão Suicida, se não fosse pelo discurso de “união faz a força” do filme, que acaba neutralizando essa crítica.
Por Gabriel Fabri
Ótima resenha sobre o filme, adorei 👏🏻👏🏻