Power Rangers: O Filme
Franquia de sucesso na televisão nos anos 1990, Power Rangers ganha uma nova versão para os cinemas, com novo elenco. Apesar de não trazer inovações como filme de super-heróis, tendo um enredo bastante convencional, Power Rangers: O Filme acerta ao focar as atenções na dinâmica entre os personagens e trazendo temas caros à adolescência. A direção é de Dean Israelite, de Projeto: Almanaque.
Após encontrarem pedras coloridas ao explorar uma pedreira à noite e quase serem mortos durante uma perseguição, cinco adolescentes que mal se conheciam acordam no dia seguinte com uma força que parece sobrenatural. Eles descobrem juntos que foram escolhidos para serem os novos Power Rangers, guardiões dos cristais que mantém a vida na terra. Para vencer uma vilã diabólica (e meio tosca também), precisarão superar as suas diferenças e dificuldades para agir em equipe e salvar o planeta.
De Homem-Aranha a Quarteto Fantástico, a história de Power Rangers já foi contada no cinema várias vezes, com melhores efeitos, melhor elenco e às vezes até mais criatividade (sem contar o melhor vilão). Entretanto, há em Power Rangers um esforço nítido em tentar transformar um enredo tão convencional em algo significativo. O caminho foi focar em outro subgênero, o drama de adolescentes, também muitas vezes ligado aos filmes de super-herói, para criar a empatia do público com os personagens. Deu certo: o time, bastante heterogêneo, mistura os galãs do colégio, os nerds excluídos e o garoto problemático e incompreendido, e os obriga a fazer algo que não acontece muito na vida real, a união desses opostos, o encontro de semelhanças. O elenco é formado por Dacre Montgomery, Naomi Scott, RJ Cyler, Becky G e Ludi Lin.
Equilibrando ação, humor, a responsabilidade de ser herói e o drama de ser adolescente, o filme envolve o público e entrega uma prazerosa diversão, que, apesar de não ter as cenas espetaculares de estúdios como Marvel e DC, consegue cumprir o que promete. E o que é mais legal: fala de temas um tanto obscuros no campo dos filmes de heróis: o revenge porn, vazamento de fotos e vídeos íntimos; e a homossexualidade, colocando a ranger amarela (interpretada pela cantora Becky G) como uma heroína abertamente homossexual, sem apenas sugerir por meio de insinuações.
Por Gabriel Fabri