Turma da Mônica – Laços – Crítica
O maior fenômeno do cinema e da cultura pop atual – o Universo Marvel e seus heróis – tem como matéria prima as histórias em quadrinhos. Dessa forma, nada mais coerente que a mais popular HQ brasileira ganhasse o seu próprio live-action. O resultado é um filme despretensioso e bem executado, mirando e acertando o seu público: os fãs da obra do Maurício de Souza e, principalmente, a criançada.
Turma da Mônica – Laços é baseado na graphic novel de mesmo nome e conta com a direção de André Resende, que conduz de maneira muito cuidadosa a história do quarteto Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiato), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira), que se une para resgatar o cachorro Floquinho.
O interesse em cativar o público da obra de Maurício de Souza já se comprova nos primeiros segundos do longa-metragem, que se inicia com um plano de Cebolinha para sequestrar o coelho de pelúcia da Mônica, cena que logo apresenta todos os elementos clássicos da HQ.
A direção de arte, complementada pelos marcantes figurinos, também faz um trabalho excepcional, caracterizando de maneira eficaz os ambientes onde a narrativa se desenrola, principalmente no primeiro ato, em que conhecemos o bairro do Limoeiro e as pessoas que lá moram, inclusive os protagonistas.
O quarteto central do filme, que conduz praticamente toda a narrativa, entrega um trabalho satisfatório, visivelmente conectado aos personagens que interpretam. Porém, ainda assim muito auxiliados pelo trabalho de caracterização, que consegue ser ao mesmo tempo lúdico – fiel ao quadrinho de Maurício de Souza – e crível, com crianças que se vestem e se comportam como pessoas reais.
Há de fato alguns problemas de ritmo no filme, principalmente no segundo ato, porém isso não compromete a obra como um todo.
O que incomoda de fato são as diversas tentativas desesperadas de emocionar o espectador, enquanto o roteiro não constrói situações realmente emocionantes. Em diversos momentos, os movimentos de câmera e, sobretudo, a trilha sonora parece nos obrigar a chorar, porém ficamos sem saber exatamente o motivo.
Como um todo, é inegável que Turma da Mônica – Laços é um filme satisfatório, entregando uma digna homenagem à vasta obra criada por Maurício de Souza, e sem dúvida alguma é um passo importante, que expande e cria possibilidades para o tão fragilizado audiovisual brasileiro.
Por Caio Simidzu
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