Sobrenatural

         Depois de sei-lá-quantos filmes da franquia Jogos Mortais, era de se esperar com uma certa curiosidade o novo projeto do diretor James Wan, responsável pelo genial primeiro filme da série de terror torture-porn. Eis que, depois de revitalizar a onda de auto-mutilação no cinema, o oriental resolveu embarcar na nova galinha de ouro dos estúdios de Hollywood: o horror simples e de baixo orçamento.
        Seguindo o lucrativo (e pouco criativo) ‘Atividade Paranormal’, o thriller ‘Sobrenatural’ (Incidious) se passa em poucas locações e também lida com espíritos que assombram o casal principal. Logo no começo, a semelhança é notada, mas rapidamente esquecida, pois engana-se quem pensa que o filme é apenas mais uma película sobre espíritos. Quando o filme começa a mostrar pra que veio, logo o medo de verdade se instala em quem está assistindo, de uma maneira que só um diretor brilhante como James conseguiria fazer. Por mais que alguns sustos poderem ser previstos, todos são muito bem aproveitados, e o diretor consegue manter, pelo menos por boa parte do filme, o clima de tensão e horror que é muito raro de ser encontrado nos terrores de atualmente.
      A trama é interessante: um dos filhos de um casal como outro qualquer entra em coma de repente, e os médicos não sabem o que fazer com ele. Logo, a personagem principal, a mãe da criança (interpretada por Rose Byrnes, sensacional na série Damages, mas rebaixada a um papel comum aqui), começa a ver pessoas na casa… seria um intruso, uma assombração ou algo de sua própria mente? A resposta vem rápida, mas até lá o diretor aproveita para fazer você tremer, levemente, de medo.
      É na hora de dar explicações para o que acontece que o filme perde qualidade. Não que seja absurdo o que é mostrado, pelo contrário, faz sentido, mas quebra aquela sensação de que o que esta ocorrendo nas telas possa ocorrer com qualquer um de nós. E é ai que filme vira realmente sobrenatural. Mesmo assim, as pontas são todas atadas no final e o clímax também não deixa a desejar, apesar de ser abaixo do nível do resto do filme.
      Sobrenatural é a prova de que, mesmo depois de tantos filmes sobre espíritos e assombrações, ainda se pode fazer um bom suspense com pouco dinheiro e apenas um bom roteiro com o diretor certo. Seria Wan o diretor certo? Não se sabe, mas que ele longe das torturas e das mutilações se deu bem, com certeza. Só a inclusão de uma referencia à Jigsaw numa das cenas que foi meio, digamos, pouco profissional, mas legal de ser notado.

8 comentários em “Sobrenatural

  • 25 de abril de 2011 a 00:19
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    gabee, vc escreve muuito bem e fez uma crítica incrível sobre o filme. eu fiquei com muuita vontade de assistir sobrenatural, isso que eu não sou muuito amante de filmes de terror hahaha adoreei 🙂

  • 25 de abril de 2011 a 18:43
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    Aee! Adorei o post! Vou ver o filme assim que der, pareceu bem legal…

  • 25 de abril de 2011 a 20:04
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    poxa, fabri, me surpreendeu, hein?! sua escrita é bem gostosa e fluida, gostei muito do que li, apesar de não ter interesse especial nesse gênero de filme. mas fiquei curiosa, e quanto aos aspectos técnicos do filme?! como a iluminação, movimento da câmera, edição ajudam a construir (ou não) o sentido da narrativa?! é uma coisa legal de se prestar atenção também!

    continue com o blog, por favor! de gente procrastinando a começar um já basta eu… haha. como indicação deixo o link desse blog de críticas que eu encontrei ontem por acaso e que me agradou muito! espia: http://www.luzcameracao.com/

    beijos e boa sorte com o blog! o nome já é um sucesso, adorei! haha.

  • 25 de abril de 2011 a 22:25
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    YEEEAH!
    Adoorei o bloog! Você escreve muito bem! Estou muito orgulhosa de você! Continue sendo esse futuro jornalista incrível que você é!Vai longe 🙂
    Huum… bom como você saabe eu prefiro as comédias românticaas então de vez em quando da um espacinho pra esse gênero!
    Sortee e muitos filmes!
    P.S. continue pipocando por aii
    beeeijo

  • 25 de abril de 2011 a 22:50
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    bff, o nome do blog, como a marie disse, é muito bom e combina com vc HAHAHA 😀
    parabéns pelo texto!
    vou acompanhar fielmente seus posts 😀

    beijocas.

  • 26 de abril de 2011 a 22:43
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    gab, ficou muito bom! (: parabéns! vou acrescentar aqui na minha lista de favoritos. hahah continue postando, viu?! bjbj

  • 27 de abril de 2011 a 02:31
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    Este comentário foi removido por um administrador do blog.

  • 30 de abril de 2011 a 20:26
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    Adorei a narrativa, confesso que fiquei curiosa pra assistir o filme! Eu odeio filmes de terror, porque geralmente são vazios e babacões, sem esplicações para os ocorrudos… aquela coisa do tipo: "no final o homem mal é absolvido pelo espelho"… tá, e aí, como isso foi esplicado pra polícia? Ninguém sentiu a falta dele? E aí? Os mocinhos provavelmente foram considerados culpados depois, porque ninguém mais estava na cena do crime, só eles, e eles não poderia contar pra polícia que o espelho sulgou ele. Contar até poderiam, mas quem iria acreditar? haha enfim, pelo que você conta, esse final faz sentido, o que automaticamente me deixa interessada, pra saber como isso pode ocorrer bem! Obrigada pela dica, senhorito! (:

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