Meu País
A morte de uma pessoa é algo que sempre acaba por criar laços entre os próximos a ela que ainda estão vivos. Ou será que não? No primeiro filme de André Ristum,o falecimento do pai de Marcos (Rodrigo Santoro) e de Tiago (Cauã Reymond) é o ponto de partida para o reinício das relações entre os irmãos, separados por uma distância física e emocional.
A trama é centrada na relação entre os dois, mas quem rouba mesmo a cena é a personagem Manuela (Debora Falabella). Ao voltar da Itália para o enterro de seu pai, Marcos descobre que possui uma meia-irmã (a personagem de Debora), internada numa clínica para doentes psiquiátricos. Começa então os conflitos com seu irmão mais novo e a sua esposa Giulia (interpretada pela italiana Anita Caprioli), sobre o que fazer com a moça, que deve sair da clínica e ser reintegrada à família para não piorar. Em meio ao conflito entre os três personagens a respeito do de Falabella, esta impressiona com a sua interpretação tocante, justamente por não exagerar em seu comportamento, combinando com a delicada direção de arte. Debora tem o papel mais desafiante do filme e conseguiu envolver a platéia construindo uma sensação de pena e, ao mesmo tempo, admiração por Manuela.
Desamparados, os três irmãos se vêm num ponto em que devem tomar decisões cruciais para o futuro. E quem segura às rédeas é Marcos, já que seu irmão Tiago é temperamental e também doente, como um viciado em jogos de azar. Santoro interpreta bem, causando admiração também ao seu personagem, enquanto o de Reymond gera raiva e as vezes até pena, como a de Manuela. Percebe-se então o êxito desses atores ao causar sentimentos tão fortes na platéia, que com certeza levam ao ponto forte do filme: a emoção, mesmo nos gestos mais simples, reforçados pela excelente direção.
Ristum acerta a mão na delicadeza das cenas e na condução do elenco. Fica claro o seu talento ao lidar com os sentimentos humanos, refletindo a simplicidade e complexidade deles em sua obra. “Meu País”, que chega aos cinemas dia 07 de outubro, pode se tornar um marco no cinema nacional: é a prova de que o Brasil consegue fazer filmes tão lindos quanto os europeus e ainda colocar questões profundas para discussão, como família, morte e preconceito, sem chegar a soluções óbvias, tendo um final pouco conclusivo, mas não menos do que perfeito. Em suma, a obra é triste e emocionante, sendo indispensável para quem curte um bom drama.
Estou ansioso pra conferir este, seu ótimo texto percorre a obra e nos deixa interessado, abraço e aparece! Uma pena que não leia meu blog, sequer colocou ele aqui na sua lista de blogs amigos. Abraço
muito boa a descrição do filme, to querendo ver, fiquei com a impressao que esse vai dar uma melhorada na imagem do cinema nacional…O Brasil tá precisando mesmo de filmes que não tenham nenhuim tiroteio e ninguém pelado dançando!
Abração do rafael, pegador!
Gabriel, amei seu blog!
Trabalho na mesma empresa que a sua mãe!
Um beijão e continue que esse blog tem futuro!!!!
Mariana Bicalho