Noite de Ano Novo
Como impressionar com comédias românticas nos dias de hoje? O diretor Garry Marshall (conhecido pelo clássico Uma Linda Mulher) resolveu tentar repetindo a ousada fórmula da sua última obra, Indas e Vindas do Amor, que constitui em montar um elenco de peso e colocá-los em torno de algum evento especial. Se no primeiro foi o dia dos namorados, em Noite de Ano Novo (New Year’s Eve) é a comemoração da data do título no Time Square.
Atores competentes não faltam: Hilary Swank é a condutora da história, sendo sua personagem a responsável pelo grande evento de Nova Iorque, que contará com a apresentação de Bon Jovi, que está mais interessado na Katherine Heigl do que em cantar. Muitas outras subtramas se misturam sob as peles de Robert De Niro, Sarah Jessica Parker, Michelle Pfeiffer, Zack Efron, Ashton Kutcher, Halle Berry, etc, todos envolvidos em planos para a virada do ano.
Se originalidade é o que se espera, pode esquecer, esse não é o destaque da obra. Não há quase nada de original, pelo contrário, ela transborda em clichês. Entretanto, se salva uma cena que quebra com o senso comum do espectador e ela é tão única que é até satirizada nos créditos. O grande êxito do filme está em fazer uma montagem primordial do maior número de personagens possíveis, atingindo o maior público possível (leia-se “lucrando o máximo possível”), sem deixar que um deles se torne inútil para a trama. Esse verdadeiro exagero de personagens tem um efeito justificável: deixar uma bela mensagem de ano novo para quem assiste.
Tal mensagem só funciona, porque o diretor e a roteirista Katherine Fugate conseguiram entrelaçar suas tramas com ritmo e muita competência. No início do filme, a rápida apresentação de tantos personagens põe em dúvida se tanta coisa aleatória faria algum sentido no final, colocando em xeque a credibilidade da montagem do filme. Mas é louvável que eles conseguiram um bom resultado por, na medida do possível, ter feito uma obra envolvente, fofa e agradável, que pode arrancar lágrimas dos olhos de alguns e, quem sabe, inspirá-los para o ano novo.
Em suma, um conglomerado de estrelas, um roteiro cuidadoso e um diretor competente dão conta do recado de agradar os fãs de filmes que nada mais querem do que ir ao cinema, se divertir e se sentir bem. É como um filme de natal. Só que para o ano novo.
eu quero muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito ver esse filme!
Oi Gabriel,
gentilmente discordo de você. Na minha opinião, as tramas são terrivelmente mal desenvolvidas e, por essa razão, os clichês são imperdoáveis. Muitos personagens são completamente inúteis (o policial vivido por Ludacris é um bom exemplo) e não consigo ver essa mensagem positiva que tantos alegam. Para mim, o filme tenta enfatizar que o importante do Ano Novo é estar em alguma festa boa, seja na organização ou como convidado.
No mais, um abraço!
Eu assino embaixo no comentário do Eduardo, Gabriel.
Por isso, gostei da idéia de rever Simplesmente Amor um dia depois de ver este Noite de Ano Novo. Renovou minhas esperanças e sedimentou a certeza de que desenvolver curtos e elaborados arcos dramáticos exige muito talento. Um talento que infelizmente, Garry Marshall deixou no passado.
Abraços.