Em DVD: Maze Runner – Correr ou Morrer
Na onda das adaptações de romances infanto-juvenis para o cinema, Hollywood parece ter encontrado a sua galinha dos ovos de ouro nas distopias adolescentes. Depois da bem sucedida franquia de “Jogos Vorazes”, que chega ao seu derradeiro capítulo em 2015, juntou-se ao hall das divertidas franquias a série “Divergente”, estrelada por Shailene Woodley e Ansel Elgort, o casal de “A Culpa é das Estrelas”. Agora, Maze Runner – Correr ou Morrer, que chega em DVD no Brasil nesse mês de janeiro, inaugura uma nova trilogia cinematográfica, com direito a muita ação e correria.
A premissa é bem simples: Thomas (Dylan O’Brien, da série “Teen Wolf”) acorda em um campo cercado por muros altos – ele está no centro de um labirinto, cujas portas se fecham toda a noite. Ninguém que foi trancado do lado de fora dos muros sobreviveu para contar a história. Preso nesse centro com uma porção de jovens que chegaram ali como ele, sem lembrar nada além do próprio nome, Thomas assume a liderança de uma fuga, após ser o primeiro sobrevivente de um ataque das criaturas que vivem no labirinto.
Sem a trama política ou a crítica cultural que envolve “Jogos Vorazes”, por ora “Maze Runner” se limita ao mero entretenimento. Com a franquia estrelada por Jennifer Lawrence, se aproxima justamente pelas cenas de ação: a arena dos jogos e o labirinto funcionam de maneira semelhante nas duas narrativas, trazendo perigos monstruosos e criando um ambiente de horror propício para muitas lutas – inclusive entre os personagens.
Com direção do estreante Wes Ball, “Maze Runner” cumpre o que promete, apesar dos conflitos com o personagem Gally (Will Poulter) parecerem um tanto exagerados, assim como a atuação de O’Brien no papel principal, com um heroísmo exacerbado pouco convincente – um herói perfeitinho demais, e, por isso mesmo, sem sal. Quem se destaca mesmo é um coadjuvante, Chuck (Blake Cooper), que ofusca todos os protagonistas – inclusive a misteriosa Teresa (Kaya Scodelario, da série “Skins”), muito mal aproveitada nesse primeiro filme. Mesmo assim, o longa-metragem prende bastante a atenção, cria bons momentos de ação e consegue tornar (e manter) a trama interessante ao longo de seus 110 minutos. O gancho para a continuação também é bom, e como o filme traz mais mistérios do que esclarecimentos, pode-se esperar mais de seu sucessor.
| Gabriel Fabri