A Era do Gelo: O Big Bang
Após quatro longas-metragens, a franquia A Era do Gelo precisava se reinventar. Não é o que acontece em O Big Bang (Ice Age: Collision Course), mesmo com a novidade de colocar o esquilo Scrat correndo atrás de sua avelã no espaço sideral. Com direção de Mike Thurmeier (que fez A Era do Gelo 4) e Galen T. Chu, o novo filme da série mostra que ela já está mais do que esgotada.
Na trama, um meteoro ameaça destruir o planeta. Para se salvarem, a preguiça Sid e sua turma resolvem andar em direção ao local da queda do meteoro, para descobrir o que está atraindo e, quem sabe, mandá-lo de volta. No caminho, o mamute Manny tenta convencer a sua filha a não abandonar a casa dos pais depois de casar, caso sobrevivam ao fim do mundo.
Após um prólogo um tanto sem graça, O Big Bang reapresenta os personagens já conhecidos de maneira igualmente sem sal. O humor não está presente ao longo do filme – as poucas tentativas soam forçadas e raramente o longa-metragem consegue arrancar uma risada. Sem o frescor da novidade, até o personagem mais legal, Sid, cansa. Os novos personagens são igualmente entediantes, ou até piores. O resultado: apenas em seu clímax, O Big Bang funciona como entretenimento. O resto parece uma longa enrolação, que tenta parecer descolada com gírias do momento. Quem salva é a vovó, de longe a personagem mais legal do filme.
Se por um lado O Big Bang parece infantil demais, o longa-metragem guarda uma mensagem especial para os pais: deixem os seus filhos saírem de casa. É claro que o público desse filme ainda não está nessa idade, mas o filme já avisa que uma hora os pais vão ter que desapegar. Agora, um conselho para o estúdio: está na hora de desapegar dessa franquia, ou reinventá-la de verdade, com o mínimo de criatividade que se espera de um filme infantil.
| Gabriel Fabri