Lolo – O Filho da Minha Namorada
Violette (Julie Delpy, que também dirige o filme), uma mulher bastante mal humorada, não consegue relaxar em uma viagem para o interior com uma amiga. Já com 45 anos, ela está frustrada por nunca ter tido um relacionamento que vingou. Até que um homem derruba em seu colo um atum que havia acabado de pescar. Seguindo o conselho da avó de sua amiga, de que os homens tolos são os melhores na cama, Violette aceita sair com Jean-René (Dany Moon) – apaixonada, sua personalidade muda da água para o vinho.
O modo com que a personalidade marcante de Violette muda de uma hora para a outra, e não retorna, não é exatamente um ponto fraco de Lolo – O FIlho da Minha Namorada: ou o maior deles, pelo menos. Na trama, o relacionamento do casal começa a minguar quando entra na jogada o filho da mulher, Lolo (Vincent Lacoste), que tenta a todo custo sabotar esse romance, pelo simples prazer de sabotar.
Não parece bem o enredo de uma comédia ou um romance, e realmente não é. Está aí o maior erro do longa-metragem de Julie Delpy: ao querer imprimir a esse drama nesses dois gêneros, o filme falha terrivelmente. Primeiro, porque, apesar de desesperado para ser engraçado, não o é. E o romance soa tão convencional, tão perfeitinho (não fosse as maldades do filho sociopata), que apenas entedia o público. Para piorar, o final deixa a desejar, resolvendo de maneira preguiçosa os conflitos.
De positivo, o filme ganha pontos por trazer questões envolvendo as dificuldades de relacionamento de uma mulher com mais de 40 anos. Como afirma o filho, em determinada cena, nessa idade só sobraram os solteirões loucos e os divorciados pobres. Mas essa questão das dificuldades é pouco explorada, afinal, Violette encontra o amor da vida dela nos primeiros minutos da projeção.
| Gabriel Fabri