Eu, Daniel Blake

O ano de 2016 mostrou que as pessoas estão insatisfeitas com a política, e respostas endurecidas e um tanto transloucadas, como o Brexit, o referendo na Colômbia, o golpe parlamentar no Brasil ou a eleição de Trump estão aí para mostrar que as coisas caminham ladeira abaixo, e no mundo todo. O longa-metragem vencedor da Palma de Ouro em Cannes, o inglês Eu, Daniel Blake, captura esse sentimento de indignação ao retratar a falência do Estado de Bem-Estar Social. Ao dar eco às críticas anti-governos e anti-política, o filme de Ken Loach, entretanto, não cai no discurso em voga de total desprezo. A denúncia de que o Estado, no caso o da Inglaterra, não está funcionando bem apenas reforça a importância dele para as pessoas e a necessidade urgente de reformas que ampliem e melhorem esses serviços.

O personagem título é um senhor que já trabalhou por 40 anos. Daniel, entretanto, está impedido pelos seus médicos de continuar trabalhando, após sofrer um ataque cardíaco. Ele recebe do governo então um auxílio em dinheiro para se manter. Entretanto, após fazer uma ridícula e até nonsense entrevista de rotina, ele perde seu benefício, uma vez que a profissional o julgou apto a voltar a trabalhar, contrariando a posição de todos os outros médicos. Enrolado com toda a burocracia e idiossincrasias do sistema, Daniel precisa lutar para conseguir o seu direito. Nessa jornada, o personagem se une a Katie (Hayley Squires), mãe de duas crianças pequenas e que, sem o benefício do governo, não tem mais dinheiro para comprar comida.

Mesmo tratando de um assunto duro e político, o drama consegue ser leve e envolvente. Trabalhando com tintas melodramáticas, Katie e Daniel são colocados como vítimas desse sistema, e os momentos de dureza são aliviados pela presença das crianças. A forma como a chegada de Daniel na vida delas, cujo pai é ausente e nunca mencionado, traz alegria e novas descobertas para os garotos – e também para o idoso, uma vez que ele sofre com a solidão após o falecimento de sua esposa.

Falta em Eu, Daniel Blake um pouco de complexidade nos personagens. Katie e Daniel são perfeitinhos demais. O vilão, o sistema, é nonsense demais. E o único momento em que uma ruptura nessa perfeição dos protagonistas é ensaiada, uma intromissão inadmissível de Daniel no novo trabalho de Katie, ela não é explorada ou problematizada. O final simples não corrige isso, entretanto, é digno, reforçando a ideia da importância do Estado cuidar das pessoas como pessoas, não como números ou estatísticas. No Brasil onde um desmonte do Estado é colocado em prática atualmente a todo vapor, com o congelamento dos gastos por 20 anos e outras barbaridades, Eu, Daniel Blake, apesar de não ser um grande filme, merece ser tratado como obrigatório.

| Gabriel Fabri  

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