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O Parque dos Sonhos - Crítica - Pop with Popcorn

O Parque dos Sonhos – Crítica

Diversas animações em 3D são lançadas todos os anos pelos grandes estúdios e, analisando com mais frieza, podemos perceber que poucas delas conseguem trazer algo de novo, com a maioria delas apoiando-se em fórmulas e convenções de gênero. Quando assistimos a O Parque dos Sonhos, animação realizada a partir da parceria Paramount/Nickelodeon, nos deparamos com um longa agradável e sensível que, de maneira despretensiosa, se esforça para fugir dos clichês.

A obra gira em torno de June, uma jovem sonhadora que, ao lado mãe, cria o Parque dos Sonhos, um lugar imaginário gerido por carismáticos animais falantes. Porém, após sua progenitora ser vítima de uma grave doença, a menina se torna triste e cética, deixando de lado o mundo fantasioso. E é aí que o filme mostra o seu diferencial, onde o tom realista funciona melhor do que a fantasia.

A dor que a protagonista sente e transmite aos coadjuvantes é muito crível e, dessa forma, poderosa. Isso se deve principalmente pela delicadeza e habilidade com que os personagens e suas relações são construídos. Logo, quando são submetidos a ruptura, somos fortemente impactados.

O êxito de tais pontos se deve também a uma certa negligência com que a fantasia do filme, o parque em si, é tratado no primeiro ato, o que, no decorrer da obra, acaba se tornando um problema.

Após fugir do ônibus que a levava para uma excursão, June acaba chegando de fato ao Parque dos Sonhos. Porém o lugar foi acometido por uma maldição, a Noite, que trouxe a desordem, o medo e a tristeza. O grande problema é que, por ter sido apresentado em um trecho curtíssimo nos primeiros minutos do filme, fica difícil para o espectador se importar com a situação caótica do parque, o que também acaba comprometendo boa parte do que acontece a partir de então. As cenas de ação não emocionam e os animais falantes, apesar de muito carismáticos, não despertam a empatia necessária para fazer um grande filme.

O Parque, porém, é incrível como deve ser. Há um aspecto onírico na arquitetura e nas cores que funcionam muito bem para um lugar que nasceu na imaginação de uma criança.

Apesar dos deslizes, o filme consegue se fechar muito bem, quando fica explícita a relação do local com a vida pessoal de June, momento em que a obra retoma a força.

De um modo geral, O Parque dos Sonhos funciona. Além disso, a maturidade com que os personagens humanos são apresentados junto com a fofura e carisma dos animais deve agradar conquistar uma parcela grande do público, compensando a falha de roteiro que compromete o meio do filme.

Por Caio Ramos Shimizu

Confira o trailer de O Parque dos Sonhos clicando aqui.

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