Casal Improvável – Crítica
Após Sexo, Drogas e Jingle Bells, o diretor Jonathan Levine retoma parceria com Seth Rogen em Casal Improvável. A comédia traz o ator de Artista do Desastre contracenando com a ganhadora do Oscar Charlize Theron e brinca com a ideia de que opostos se atraem – no caso, tipos físicos opostos – além de levantar questões importantes sobre a mulher na sociedade e na política.
Após pedir demissão de seu emprego, o jornalista Fred (Rogen) encontra em uma festa sua antiga vizinha, Charlotte (Theron). Ela é uma política bem-sucedida e tem chamado atenção no cargo de Secretária de Estado, um dos postos mais altos no governo norte-americano. Obstinada a concorrer à Presidência, a mulher percebe a necessidade de ser vista como uma pessoa mais descontraída, e encontra no estilo debochado de Fred o redator ideal para os seus discursos de campanha.
O roteiro demora para engatar e prova que a comédia, com muitas piadas de sexo e drogas, não é o seu forte. Um exemplo é a sequência inicial, na qual Fred se infiltra em um grupo de neonazistas, e é desprovida de qualquer graça.
Aos poucos, porém, o filme conquista o público – não só os dois personagens cativam, como a química funciona e é fácil embarcar nessa história. Se não há nenhum grande momento para arrancar gargalhadas, embora o filme tente, Casal Improvável mostra-se alinhado com o seu tempo, abordando questões como racismo e machismo. São nesses momentos que o humor do filme se destaca e entrega não só as suas melhores piadas, mas levanta discussões importantes, como a atuação da mulher na política – o simples princípio de Charlotte precisar parecer menos séria, o que a leva a contratar Fred, ou ter um namorado bonitão, o que a impede de ficar com ele, diz muito sobre isso e nos faz lembrar da época em que tínhamos uma Presidenta mulher que sofria os ataques mais sem noção por ser “severa” e até por ser solteira.
Por Gabriel Fabri
Confira o trailer de Casal Improvável clicando aqui.