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Cinema e Empatia: filmes para despertar o melhor na quarentena - Pop with Popcorn

Cinema e Empatia: filmes para despertar o melhor na quarentena

Psicologia e cinema: filmes que enfocam Cinema e Empatia no Prime Video

Em parceria com o Pop with Popcorn, o psicólogo Felipe Lima trás dicas de filmes sob o viés da psicologia. Com o tema Cinema e Empatia, foram analisados cinco filmes, todos disponíveis no Amazon Prime Video.

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Cinema e Empatia: A Vida é Bela

A VIDA É BELA

Este filme é um clássico do cinema italiano que consagrou Roberto Benigni. É Baseado no livro que conta a história de Rubio Romeo Salmoni, sobrevivente do campo de concentração de Auchwitz.

Romeo é representado pelo personagem principal, Guido Orefice, um judeu-italiano que se muda para trabalhar no hotel de seu tio em Arezzo (Itália); pós mudança ele conhece uma professora (Dora) de família tradicional rica, pela qual se apaixona, mesmo com as dificuldades seguintes acaba conseguindo conquistar seus sentimentos. Neste primeiro ato, apesar das intempéries politico-raciais desde a educação de crianças até a própria cultura sendo moldada, há um tom de humor, deboche, no entanto também um fundo de desgosto.

Guido se casa com Dora e de sua união nasce o filho Giosué em meio à felicidade que se instala na vida da nova família, o avanço do nazismo passa a ser crescente, não despercebidamente principalmente pelo tio.
No segundo ato, há uma reviravolta e o domínio nazista passa a se estender afetando a Itália. Quando menos se esperava Guido, seu tio, Dora e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração.

O filme passa a ter um tom mais preocupante e trágico, no entanto Guido busca manter o bom humor e energia para poder dar ânimo e desfigurar a sequência de horrores que acontecem no campo de concentração, principalmente levando em consideração o filho Giosué. Na busca de amenizar o peso da realidade para o filho, Guido acaba também criando novas maneiras de ver e lidar com a vida para acreditar na sobrevivência, remetendo aqui princípios do estoicismo; no entanto o filme se baseia na filosofia da vontade de Schopenhauer; manifestando-se até mesmo em uma fala do amigo Ferruccio.

A vida é Bela é um convite constante a reflexão, principalmente sobre as escolhas que tomamos perante a vida. Como alguém tem a capacidade de ser tão positivo em situações tão adversas? Quão importante são os outros, por que devo me preocupar com o que o outro sente? Será mesmo que isso seria somente possível em um filme? Por que somos tão negativos e nos entregamos facilmente aos problemas que a vida nos apresenta? Quão dispostos estamos em nos ocupar em soluções e saídas, independente das dificuldades?

IMDB 8,6 | Clique aqui para assistir

Cinema e Empatia: Gênio Indomável

GÊNIO INDOMÁVEL

O filme conta a história de Will (Matt Damon), um orfão com dificuldades de criar vínculos, que não dispensa de muitos recursos e faxineiro no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Além de ter uma personalidade forte, ele constantemente exagera no consumo de álcool e sempre arruma confusão.

Will ganha destaque no Instituto após descobrirem sua habilidade em ciências exatas. No entanto, se envolve em uma confusão que o leva a ser preso. Para ser liberado é imposto duas condições: que ele passe a trabalhar com um dos professores do Instituto e comece a fazer psicoterapia.

A partir de então, é através do desenvolvimento de sua genialidade com números, com o professor Lambeau, mas principalmente com o desenvolvimento humano, através do psicólogo Sean (Robin Williams), que Will inicia um processo de compreensão de si mesmo. Ele é levado a encarar suas autodefesas (ligadas ao abandono dos pais) de suas responsabilidades, escolhas e consequências.

Através da empatia Sean não apenas acolhe Will, mas também mostra o quanto ele próprio é humano. Por vezes, o psicólogo questiona a si até mesmo antes de questionar Will, e assim consegue ganhar a atenção, confiança e engajamento para a promoção da autonomia de seu cliente.

Gênio Indomável é um filme rico em minucias humanas, que muitas vezes passam despercebidas por não estarmos atentos à empatia necessária no contato com a dor de outra pessoa. A importância do processo terapêutico é evidente também no desenvolvimento humano do próprio terapeuta.

IMDB 8,3 – Clique aqui para assistir

Psicologia e Cinema: Ilha do Medo

ILHA DO MEDO

Sem dúvidas, um dos melhores papéis de Leonardo Di Caprio no cinema. O ator interpreta Teddy Daniels, um agente que embarca com seu parceiro Chuck Aule (Mark Ruffalo) em uma investigação em um manicômio localizado na ilha presídio de Boston-Harbor para desvendar o desaparecimento de uma interna.

Após a dupla de agentes serem recebidos por guardas armados e de atitudes suspeitas, eles são encaminhados para falarem com o diretor Dr. Crawley, que dá mais detalhes sobre os motivos de internação da mulher que investigam; a partir de então, Teddy passa a entrar a fundo no caso, o que desencadeia lembranças sobre sua participação na II Guerra Mundial e a relação com sua família.

Entretanto, em meio a tanto mistério e lembranças pessoais, aos poucos Teddy passa a entrar muito mais em contato com sua própria história e descobre uma relação muito próxima com a paciente que investiga. Após desvendar uma cena gigantesca de um psicodrama semelhante ao Show de Truman, somos convidados a nos questionarmos sobre a sanidade do personagem principal.

Neste filme, a empatia de quem assiste para com o personagem é despertada através da condição e história de Teddy, que é submetido ao enfrentamento de si mesmo e de sua história de vida, como um meio de entrar em contato com traumas, medos e tristezas advindas de fatos passados. A enorme problemática envolta de dúvidas pode gerar muitas surpresas, certezas duvidáveis e um encerramento tão misterioso quanto o início do filme.

IMDB 8,1 – Clique Para Assistir

Psicologia e Cinema: O Discurso do Rei

O DISCURSO DO REI

Com um elenco fantástico e um tema aparentemente comum para uma parcela da população mundial, o filme trata sobre a história de um dos príncipes da coroa britânica, um pouco antes da chegada da II Guerra Mundial e da sucessão ao trono como rei.

George VI, pai da atual rainha da Inglaterra (Elizabeth) é o personagem principal deste filme, de personalidade ríspida e tradicional, como a que se espera de linhagens da coroa. Apesar do ar altivo, o nobre sofre de gagueira, o que gera desconforto e inspira falta de confiança para si e as atribuições confiadas por seu pai. Após a consulta de diversos médicos e especialistas, até mesmo com métodos bem antigos e duvidosos sem esperança de encontrar uma solução; sua esposa Elizabeth recebe a indicação de um terapeuta que longe de ter métodos convencionais dá a esperança de George vencer sua gagueira.

O terapeuta é Lionel Logue, que diferente dos demais médicos tem como pressuposto atender e tratar seus clientes de igual para igual, sempre em seu espaço de trabalho independente de quem seja. Desenvolve uma relação próxima a George, a ponto de torna-se um amigo; indo de encontro ao histórico do cliente desde sua infância e todo o conteúdo emocional relacionado ao problema de fala, Lionel abre espaço para que George se sinta liberto para falar abertamente sobre suas frustrações, tristezas e sentimentos reprimidos.

A relação de empatia proporcionada por Longue é espetacular, em muitos momentos é uma relação posta à prova devido ao abismo de relevância social e econômica entre ambos, no entanto, ao avançar e lidar diretamente com o que precisa ser dado atenção, todas as diferenças são postas de lado; para enfim George tornar-se Rei e superar sua gagueira cumprindo não só o papel que espera, mas também a satisfação própria.

IMDB 8,0 – Clique Para Assistir

Cinema e Empatia: O Lado Bom da Vida

O LADO BOM DA VIDA

Inspirado no livro homônimo, o filme conta a história de Patrick Solitano Jr. (Bradley Cooper), que, após 8 meses internado em um hospital psiquiátrico por determinação jurídica, é resgatado pela mãe mesmo sem a alta médica. Ele estava recluso devido a diversas más situações, todas decorrentes das próprias escolhas e de sua condição psicológica debilitada após a traição de sua esposa.

Patrick não demonstra ter feitos grandes avanços. Um dos fatores que impactam sua condição psicológica é a falta de continuidade no uso dos remédios psiquiátricos, além das claras intenções em reatar o casamento com a ex-esposa Nick e uma crescente necessidade de falar o que pensa sem escolher um modo sensato. Após ser convencido pela mãe a ir ao terapeuta Dr. Patell, é revelado a nós a condição não diagnosticada de que Patrick é bipolar com variações de humor.

De volta para casa, além do vício de apostas em jogos de seu pai (Robert De Niro), Pat têm que enfrentar os preconceitos das pessoas de seu convívio e fora dele também por ter passado um bom tempo por tratamento no manicômio. Buscando retomar sua vida, Patrick inicia sua busca para voltar a trabalhar como professor e reencontrar Nick, e acaba reencontrando seu amigo Ronnie, que o convida para jantar em sua casa. A partir deste jantar conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), irmã da esposa de seu amigo, que recentemente perdeu seu marido e está passando também por uma situação difícil.

A partir de então ambos constroem uma relação (ainda que de início consternada) de empatia movida por uma troca de favores – entre reatar relações com a ex-esposa e uma competição de dança, na qual o apoio mútuo desenvolve ambos no enfrentamento dos estigmas, preconceitos, suas questões e transtornos psicológicos da forma mais natural possível.

IMDB – 7,7 – Clique para assistir

Por Felipe Lima

Psicólogo clínico, escritor amador, produtor/dj da Shake Your Mood e professor de dança “rockabilly” jive rock. Instagram: @psifelipelima

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