As Panteras – Crítica
Kristen Stewart, Ella Balinska e Naomi Scott estrelam As Panteras, revival da série dos anos 70
Quase vinte anos após Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu protagonizarem a adaptação para os cinemas de As Panteras, popular seriado dos anos 1970, a história das agentes secretas apelidadas de “anjos do Charlie” (tradução do título em inglês, Charlie’s Angels) ganha uma nova versão nas telas, atualizando a história com as discussões do feminismo de hoje.
O grande acerto do longa-metragem é focar na inicialização de uma nova pantera, Elena (Naomi Scott). Ela é uma cientista que desenvolveu um dispositivo capaz de revolucionar o uso de energia elétrica a nível global, mas que, se o objeto não for aprimorado antes de chegar ao mercado, pode se tornar uma arma nas mãos erradas. Ter uma outsider no grupo formado por Sabina Wilson (Kristen Stewart) e Jane Kano (Ella Balinska) é uma sacada do filme, que coloca, entre as super espiãs com técnicas de luta afiadas, uma mulher comum com o qual o público pode se identificar melhor e torcer.
Com direção de Elizabeth Banks, que já provou conseguir unir um time Girl Power na franquia A Escolha Perfeita, o longa-metragem é bem óbvio, no sentido de não tentar arriscar muito, utilizando uma história simples com a mistura clássica de humor e ação. Funciona, e um ponto alto é a personalidade marcante de Sabina, que rouba a cena várias vezes, em especial no divertido “encontro” no Rio de Janeiro que abre o filme.
Entretanto, As Panteras tenta criar uma reviravolta pouco convincente, que não se sustenta na história. Ainda por cima, reforça involuntariamente (ou não?) uma dicotomia de mulheres versus homens – aquela que as pessoas que não entendem o que é feminismo costumam usar para criticá-lo. O filme poderia ser melhor se criticasse o machismo sem cair em um simplório maniqueísmo, do qual só foge um apagado Noah Centineo.
Por Gabriel Fabri
Confira o trailer de As Panteras abaixo: