Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
Depois do confuso e desnecessário terceiro filme da franquia Piratas do Caribe, era de se esperar com olhos duvidosos o 4º filme. Isso por que era necessário dar pelo menos um final digno à série milionária de filmes ou retomá-la com força total, sem saber se o público daria uma segunda chance depois do desastre que “encerrou” a trilogia. O resultado foi esse ‘Navegando Em Águas Misteriosas’, que estreiou como uma das maiores bilheterias do ano, mas inferior aos outros filmes.
Sem Keira Knightley ou Orlando Bloom, sobrou pro sensacional diretor Rob Marshall a árdua tarefa de continuar as aventuras do Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp). Nada mais estranho, já que Rob é diretor e coreógrafo saido da Broadway (já foi indicado a seis prêmios por seus musicais) e seus trabalhos anteriores foram Nine e Chicago (esse ganhador de 6 Oscars, incluindo melhor filme) além do filme Memórias de Uma Gueixa. Sem nenhuma experiência com filmes de ação, aventura e (muito menos) piratas, a aposta da Disney parecia arriscada.
Entretanto, riscos não correu o diretor nesse filme: com as mãos em um roteiro simples e repleto de diálogos afiados e naturalmente espontâneos, Rob deixou o glamour dos musicais de lado sem abandonar a agilidade de sua maestral direção, aproveitando-se da equipe de efeitos especiais mais uma vez impecáveis e do talento de Penélope Cruz, trabalhando pela 2ª vez com o diretor.
A escolha de Penélope foi o grande diferencial do filme, até por ser a unica novidade que o filme traz, além das belas sereias. Se esta roubou a cena em Nine com sua dança burlesca e sensual, aqui ela usa toda a sua pose de diva para dar a trama força, sendo a única personagem interessante do filme. Embora Sparrow ainda não tenha perdido a graça, este já é figura carimbada e o papel da latina é o que faz a história se desenvolver sem que se perca o interesse no filme. Ela interpreta Angélica, uma moça que fez parte do passado do famoso pirata e se diz ser filha do Barba Negra, um dos vilões da história.
De novo têm também um discurso moralista e religioso muito forte, que até combina com o fato do pretexto do filme ser o prolongamento da vida, mas que esteve ausente no restante da série e é até interessante ser mostrado, passando uma mensagem bonita. Entretanto o resultado fica com um caráter de filme infantil demais, que tudo têm que ser explicado didaticamente, sem deixar nada para quem assiste refletir. Parece aquelas animações que os pais levam as crianças a assistirem para ver se aprendem alguma coisa.
Apesar de navegarem em águas (muito) conhecidas, o filme pode ser considerado bom pelo casal principal, que dão o melhor de si em seus personagens, se destacando em meio aos efeitos especiais e divertindo o público a medida em que interagem, lutam, brigam e até dançam. Pode não ser uma obra prima da sétima arte, mas o diretor se saiu bem também, já que nenhuma das falhas parece vir da direção, pelo contrário, já que a dupla principal e os efeitos estão em harmonia com o ritmo da história. Agora que a missão foi cumprida, Marshall bem que poderia voltar aos musicais e entregar outra obra prima para as telonas, sem navegar em nenhuma água misteriosa, mas com certeza em águas com muita música, dança, glamour e tramas para adultos (e só adultos) se divertirem.
Texto dedicado pra Livsss, que foi ver o filme comigo e agora eu vou sempre querer ir com ela! s2
vc chorou? brinks hahaha