Eu, Capitão

^{Produção italiana Eu, Capitão é indicada ao Oscar de Melhor Filme Internacional}

Indicada ao Oscar de Melhor Filme Internacional, a produção italiana Eu, Capitão retrata o drama e os sonhos de dois primos do Senegal que resolvem tentar a sorte grande na Europa e a sua dura jornada tentando chegar ao destino. Dirigido por Matteo Garrone (Dogman, Gamorra), o longa-metragem foi premiado com o Leão de Ouro de Melhor Direção no Festival de Veneza.

Eu, Capitão é um filme duro, ao retratar uma viagem quase suicida do Senegal até a Itália, uma jornada marcada por violência, calor, pobreza e corrupção pelo caminho árido do deserto. Os primos Seydou (Seydou Sarr) e Moussa (Moustapha Fall) passam por uma jornada de resistência como a de muitos imigrantes que fazem travessias semelhantes da África para chegar à Europa.

Apesar de ser uma produção italiana, Eu, Capitão é totalmente ambientada no continente africano. Para além do sofrimento retratado, o filme se destaca pela leveza de alguns momentos, ao focar nos dois personagens principais, que são menores de idade. Por isso, um dos momentos mais duros do longa-metragem, com uma senhora no deserto, é acompanhado de uma cena emocionante de imaginação de um deles. A ingenuidade e inocência dos personagens torna o filme paradoxalmente mais leve e mais duro, e isso se manifesta, especialmente, na cena final do longa-metragem, o ponto alto do filme.

Por Gabriel Fabri (@_gabrielfabri)
Jornalista, especializou-se em Cinema, Vídeo e TV pelo Centro Universitário Belas Artes. Colaborou com Revista Preview, Revista Fórum, Em Cartaz e com o livro O Melhor do Terror dos Anos 90 (Editora Skript). É autor de Fora do Comum – Os Melhores Filmes Estranhos e O Pato – Uma Distopia à Brasileira.
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