Um Novo Despertar
A sociedade sofre atualmente com os mais diversos tipos de problemas, sejam eles sociais, profissionais, familiares, públicos ou íntimos. Entre tantos, um que sempre se destaca é a depressão, sendo muito comum, pois afinal, quem nunca esteve depressivo? Mas quando ela deixa de ser momentânea e se arrasta por muito tempo, aí está o maior perigo. É nessa situação que se encontra Walter Black (Mel Gibson) no novo filme da premiada Jodie Foster como atriz e diretora, Um Novo Despertar (The Beaver).
O nível da doença que Walter sofre já é esclarecido nas primeiras cenas, ao observarmos a rotina de sua família: ele chega ao ponto em que não consegue fazer mais nada com a sua vida e tudo o que tenta parece não ajudar, seja ler livros de auto ajuda, tomar remédios ou consultar-se com especialistas. Mesmo com o apoio de sua mulher Meredith, interpretada por Jodie, sua vida que já foi de muito sucesso está no fundo do poço e o homem tenta cometer suicídio, mas é tão fracassado que nem isso conseguiu direito.
A graça do filme está em como Walter tenta se reerguer após tantas tentativas fracassadas: ele encontra no lixo um velho fantoche de um castor e, num ápice de insanidade, personifica-o como uma outra pessoa, com forte sotaque por sinal, que se torna aparentemente a única que pode ajudá-lo a superar seu estado e seguir com a vida, feliz. Assim, Gibson faz o papel do homem insano que se comunica com um fantoche, pra vergonha de seu filho mais velho (que o despreza) e esperança de sua esposa, que finalmente vê uma chance de seu amado “voltar a viver”.
Além do tema super atual, o filme parece ser a oportunidade perfeita para o ator retomar sua carreira, assim como o castor faz com o personagem de Gibson no filme. Afundado em escândalos, Mel encaixa-se perfeitamente com seu papel, servindo como uma espécie de superação, proporcionada pela amiga que o dirige. Então, tendo uma história que torcemos que ajude o ator a resolver sua vida pessoal e profissional, o filme mostra todo o talento do homem nesse trabalho que exige que ele interprete praticamente dois personagens (o depressivo e o maluco com o castor), e isso ele faz muito bem. Nem a (sempre) ótima interpretação de Foster desvia as atenções do principal por nenhum segundo sequer.
Um Novo Despertar é um daqueles filmes para pensar na vida, enquanto se acompanha uma história que oscila entre o drama e a comédia, e se emocionar conforme as situações vão se desenvolvendo. A mensagem que esse filme passa é daquelas para se levar pra sempre e faz com que este seja, com certeza, um daqueles filmes para ver e rever sempre que a vida dá algumas recaídas.
Parece ser muito bom! Estou ansiosa para conferir! ainda mais depois da sua resenha! 🙂