The Rover – A Caçada
Por Gabriel Fabri
“The Rover – A Caçada” começa se situando no tempo com uma mensagem enigmática: a de que a história se passa dez anos após o tal de um colapso. Rapidamente, o público é situado no deserto da Austrália, onde as cores são predominantemente claras. O calor do local não encontra respaldo na frieza dos personagens e o resultado é a criação de uma atmosfera inquietante que mantém o suspense e o desconforto elevados durante toda a projeção.
A trama começa com o roubo de um carro. O que os ladrões não esperavam é que Eric (Guy Pearce), o dono do automóvel, estivesse disposto a tudo para recuperá-lo, e inicia uma busca por ele. Em certo momento dessa jornada, Rey (Robert Pattinson), o irmão de um dos ladrões, abandonado a própria sorte quando foi baleado em um tiroteio, se junta a Eric nessa caçada, com desejo de vingança.
O longa dirigido por David Michôd retrata a desolação humana em seu estado mais extremo: quando a pessoa não tem mais motivos para se importar com nada. O cenário árido, a paleta de cores quentes e a trilha sonora impactante, por vezes perturbadora, reforçam a sensação de que não há mais pelo que lutar no mundo dos personagens. A frieza das cenas de violência, rápidas mas inesperadas, abalam o espectador.
Esse road movie, exibido na seleção oficial do Festival de Cannes, ganha ainda mais força com as excepcionais atuações de Guy Pearce e Robert Pattinson, personagens de poucas falas, mas com complexidade. E consegue entreter e surpreender até a cena final, com uma grande e irônica revelação.
Quero muito ver o filme,foi bem elogiado em Cannes,e as atuações do Guy e Robert tb foram super elogiados.