Mesmo Se Nada Der Certo
Por Gabriel Fabri
Somos todos estrelas perdidas? Se depender de “Mesmo Se Nada Der Certo” (“Begin Again”), a resposta é sim. Mas podemos encontrar um espaço para brilhar. Pelo menos, é o que mostram os protagonistas Dan e Gretta, interpretados por Mark Ruffalo e Keira Knightley, respectivamente. O filme, dirigido por John Carney, é um divertido drama que ganha a simpatia do público com a agradável trilha sonora e pequenos, mas bem-vindos, toques de humor.
O longa-metragem se inicia com uma performance de Gretta, que não deixa o público do bar impressionado, mas hipnotiza um homem na plateia: o produtor musical Dan, que já chegou a ganhar dois Grammys, mas que está em decadência profissional e com problemas pessoais. Ele, após ser demitido da gravadora que ajudou a fundar, vê em Gretta potencial para se tornar uma grande cantora. Ela, namorada de um astro do pop (interpretado por Adam Levine, vocalista da banda Maroon 5), não quer saber da indústria fonográfica. Mas os dois somarão esforços em um projeto inusitado: gravar um álbum fora de um estúdio, cada música em um lugar diferente da cidade de Nova York.
A história não guarda muitas surpresas, mas a direção e o roteiro acertam no desenvolvimento da trama, que equilibra bem o drama, as músicas e o humor. O uso de dois grandes flashbacks, um para o personagem de Ruffalo e outro para o de Knightley, pode parecer estranho, mas funciona. E quando a história ganha um gás, o espectador já está completamente envolvido com os personagens.
O ponto alto do filme são as músicas, muito gostosas de acompanhar. Tendo isso em vista, o desfecho soube se aproveitar desse recurso para encerrar a história em seu ponto alto, deixando as resoluções para as cenas durante os créditos. Uma maneira bem simples, mas eficaz, de encerrar uma boa história. Afinal, como o próprio protagonista afirma, em um momento fofo de “Mesmo Se Nada Der Certo”, as coisas mais banais da vida ganham significado com a música.