Os Olhos Amarelos dos Crocodilos
Por Gabriel Fabri
Até onde você iria pela sua irmã que sempre roubou os holofotes de você? No drama francês Os Olhos Amarelos dos Crocodilos, Josephine (Julie Depardieu) usou todo o conhecimento adquirido na sua especialização em história do século XII para escrever um livro best-seller – o problema é que a obra sairia assinada por Iris (Emmanuelle Béart), sua irmã, e não por ela.
Focado (bom, pelo menos, foi o que tentaram) no relacionamento conturbado entre as duas, o longa-metragem dirigido por Cécile Telerman (Algo Que Você Precisa Saber) possui uma série de subtramas paralelas. O relacionamento de Josephine com suas filhas, com o marido que a deixou para criar crocodilos na África do Sul com a amante, com o marido da irmã, com um moço que ela conheceu na biblioteca, com a sua mãe, que deixa claro que ela é a filha fracassada. Tem ainda o caso do marido da mãe com a secretária, o suposto caso do esposo de Iris, o problema do desemprego, da empresa da família, etc.
A trama de Os Olhos Amarelos dos Crocodilos poderia alimentar uma minissérie. Entretanto, falta habilidade na maneira de conduzir a história – o excesso de personagens, histórias e subtramas pesa, tornando a obra arrastada demais. Na tentativa de dar conta do universo criado no livro de Katherine Pancol, o filme perde o ritmo e o resultado é bastante irregular. Ao tentar dizer muitas coisas, acaba acontecendo o contrário.