Amy
A história você já conhece: Amy Winehouse, de um lado a dona de uma voz única e uma das grandes cantores de jazz da atualidade; de outro, uma das celebridades favoritas dos tabloides e sites de fofoca, por conta de seus vários vícios, o que incluía álcool, cocaína e heroína. Quatro anos após a sua morte, aos 27 anos, o longa-metragem Amy, de Asif Kapadia (Senna), esmiúça a trajetória profissional da artista. O filme foi vencedor do Oscar 2016 de Melhor Documentário.
Utilizando muitos depoimentos em áudio, imagens de bastidores e reunindo trechos de algumas apresentações da carreira da britânica, o documentário tem uma construção bastante convencional. Chama a atenção o uso de colocar as letras das canções em evidência, de modo que o público fique mais conectado ainda com a artista: uma atenção a mais nas letras é uma atenção a mais no talento de Amy como compositora, mas também nos seus sentimentos.
O roteiro acerta em focar na trajetória profissional da artista, sem deixar, é claro, toda a sua conturbada vida pessoal de lado. A construção da história, de maneira linear, é simples mas funciona: impossível não se emocionar ao final. Amy é um tributo à cantora, mas não força a barra com depoimentos elogiosos demais ou explorando de maneira sensacionalista os seus escândalos. É um filme equilibrado, bastante responsável com a memória da artista, cujo tom é de carinho com ela – isso reforça a melancolia e a tristeza dessa história em que o sucesso comercial e a autodestruição pessoal andam juntos.
| Gabriel Fabri