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Entrevista: “A Repartição do Tempo” critica “meritocracia apoiada no nepotismo” em sátira sobre a burocracia no Brasil


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“Que o brasileiro é careta, acho que não é novidade para ninguém”, afirma o cineasta Santiago Dellape. Em A Repartição do Tempo, seu longa-metragem de estreia, o diretor faz uma crítica ao pensamento conservador “hipócrita e obtuso” – aquele que, de acordo com ele, “defende a meritocracia apoiado no nepotismo; que abomina a legalização da maconha mas que se entope de uísque com barbitúrico”.

Dellape faz uma sátira ao Brasil através de uma história fantasiosa, em que mostra a burocracia e as idiossincrasias de uma repartição pública na capital do país. Esquecido no meio de Brasília, o REPI (Registro de Patentes e Invenções) é o órgão responsável para registrar as patentes das invenções brasileiras. O chefe, Lisboa (Eucir de Souza), conseguiu um feito para irritar a sua mãe, uma senadora que o colocou ali justamente para ele não fazer nada: o REPI saiu na capa de uma semanal como o órgão mais incompetente do país – com a unidade de Brasília liderando o ranking da menor velocidade para se obter uma patente. Diante dessa situação, Lisboa usa uma máquina do tempo que havia chegado para registro para duplicar os seus funcionários e tentar mudar a imagem do órgão, escravizando a equipe.

Embora não tenha revelado em qual político se inspirou para a criação desse chefe, Dellape define Lisboa como uma personificação do pensamento reacionário em voga no país. “Acho que a coisa toda no Brasil vai tão mal que não fico surpreso se daqui a pouco tomarem o Lisboa por herói, salvador da pátria, subvertendo totalmente a lógica e a moral do filme”, afirma, lembrando que isso já aconteceu com Tropa de Elite, de José Padilha, e o “discurso fascistóide” do Capitão Nascimento, personagem de Wagner Moura.

Premiado no 49º Festival de Brasília (melhor ator para Edu Moraes, melhor montagem e melhor direção de arte), A Repartição do Tempo tem previsão de lançamento para abril de 2017. Entretanto, o longa-metragem pode ser visto durante a 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A próxima e última exibição no evento acontece no dia 1º de novembro (13h30), no Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca.

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Confira a entrevista completa com o diretor:

Se eu tivesse que definir o seu filme em poucas palavras, eu diria que é uma sátira (cultural, política e social) do Brasil – o de hoje e talvez o de sempre. Você concorda?


Sim, concordo! O filme opera justamente nesse terreno da sátira, da provocação às instituições e aos bons costumes do brasileiro cordial. É claro que há uma certa estilização da realidade, os personagens são caricatos, predomina no filme o tom farsesco, jogando a favor da comédia. Mas quando se fala em burocracia no Brasil, essa é uma questão capaz de provocar situações tão estapafúrdias e kafkianas na vida real, que os conflitos mostrados na ficção tornam-se palpáveis e nos fazem rir da nossa própria miséria.

Para você, o que é mais urgente de se discutir do Brasil atual e como essa questão aparece no filme? 


Pra mim a discussão mais urgente no país hoje é esse preocupante recrudescimento do conservadorismo. Que o brasileiro é careta, acho que não é novidade pra ninguém. A aparente fachada liberal nós empacotamos pros gringos em forma de Carnaval, mas no fundo somos muito mais conservadores do que gostaríamos de admitir. Esse discurso de ódio que beira o fascismo e se propaga pelos quatro cantos do país é um verdadeiro retrocesso. Estamos no século XXI, não há mais lugar para comportamentos racistas, machistas, homofóbicos e intolerantes de qualquer espécie. A Repartição do Tempo faz uma crítica velada (às vezes nem tanto) à esse pensamento conservador obtuso, hipócrita, que defende a meritocracia apoiado no nepotismo; que abomina a legalização da maconha mas que se entope de uísque com barbitúrico.

Como foi a construção dos personagens? Em quais contrastes você pensou para cada um dos funcionários para que cada um ali tivesse um papel importante nessa história?


Embora os personagens sejam de certa forma estereotipados, eu e o roteirista Davi Mattos acabamos tendo muitos insights a partir da nossa observação cotidiana, já que ambos somos funcionários públicos em Brasília — com o perdão da redundância. Repare que não é mera coincidência o protagonista do filme também ser funcionário público com aspirações artísticas sufocadas pelo trabalho na repartição. Personagens como a alcóolica Betânia ou o dorminhoco Pacheco também tiveram inspiração na vida real. Acima de tudo, acho que o principal contraste entre os personagens é o fato deles serem ou concursados ou terceirizados, nesse sistema de castas ao qual nos habituamos aqui no Brasil. A verbalização disso no filme é quando o chefe anuncia que “chega de mamar na teta do Estado”, ao que o personagem do faxineiro responde: “De novo essa teta? Cadê essa teta que eu não vi?”. Pro espectador incauto, acaba sendo apenas mais uma piadinha infame; o espectador mais atento, porém, vai perceber a alfinetada: no meio de todos aqueles funcionários públicos improdutivos, a copeira e o faxineiro terceirizados são os únicos que realmente trabalham e que de fato não viram — nem vão ver — a cor dessa teta.

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Eu queria que você falasse um pouco do personagem do chefe, que lembra um pouco o tiozão do churrasco do domingo mas também parece um retrato bem fiel do pensamento ou do discurso de muitos dos nossos políticos – afinal, é um sujeito hipócrita, conservador e incompetente, certo?


Exato, o chefe Lisboa (e aqui preciso destacar a brilhante atuação de Eucir de Souza, peça-chave na composição do personagem) é nada menos que a personificação daquele pensamento reacionário de que falamos antes. Acho que a coisa toda no Brasil vai tão mal que não fico surpreso se daqui a pouco tomarem o Lisboa por herói, salvador da pátria, subvertendo totalmente a lógica e a moral do filme —  um pouco como fizeram com o Capitão Nascimento e seu discurso fascistoide em Tropa de Elite. Mas é preciso admitir que o Lisboa tem um ponto: realmente as benesses reservadas ao funcionalismo são um acinte na atual conjuntura do país, e capazes de despertar reações inflamadas. Acho fascinante ver até que ponto o brasileiro é capaz de fazer o errado pra defender aquilo que acha certo, e o personagem do Lisboa é uma provocação nesse sentido.

Você se inspirou em algum político específico para escrever esse personagem?


Sim. Mas como em Brasília, tudo é política, acho mais prudente manter esse easter egg intocado.

Muito se fala da ineficácia dos serviços públicos, e acho curioso no filme que, ao mesmo tempo em que o personagem do chefe faz o discurso de quem quer diminuir o estado, fala em “choque de gestão”, ele acaba por tentar resolver os problemas multiplicando o número de funcionários, ou seja, inchando ainda mais a máquina pública. 


Sim, essa é apenas uma das muitas contradições que moldam o personagem e creio que é isso que o torna fascinante para o público. Uma das pérolas que ele solta ao longo do filme é quando, tentando se justificar pra mãe, senadora, ele diz estar fazendo uma reforma na fachada do prédio. Ora, o que poderia ser mais canalha da parte dele, enquanto gestor público? Das milhares de iniciativas possíveis que ele poderia tomar pra endireitar o órgão público do qual está a frente (o REPI, Registro de Patentes e Invenções), ele toma a mais inócua e hipócrita: ele reforma a fachada.

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Se você entrasse em contato com uma máquina do tempo como a do filme, o que você faria?


Voltaria no tempo, mataria o Tarantino e faria Pulp Fiction. Isso se eu estivesse sozinho. Se estivesse com o Davi, voltaríamos no tempo, mataríamos os Irmãos Coen e faríamos O Grande Lebowski. E assinaríamos como os “Irmãos Conha”.

Na cena pós-créditos, há um gancho para a continuação com uma máquina de teletransporte. Para onde o doutor Brasil (Tonico Pereira) deveria enviar aqueles personagens?

Cláusulas contratuais me impedem de dar esse spoiler, mas se eu pudesse opinar como público, votaria para que ele os enviasse para Acapulco. Arriba!

| Gabriel Fabri

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