Rampage: Destruição Total – Crítica

Inspirado no game dos anos 1980 Rampage, da Midway, o longa-metragem Rampage: Destruição Total repete novamente a parceria do diretor Brad Peyton com o astro Dwayne Johnson, que trabalharam juntos no filme-catástrofe Terremoto: A Falha de San Andreas. Já experiente em papéis cômicos, como visto em Jumanji e Baywatch, Johnson é a verdadeira estrela do filme, que tem como coadjuvantes animais gigantes modificados geneticamente.

Na trama, Davis Okoye (Johnson) é um ex-combatente do Exército que cuida dos animais selvagens em uma reserva. Com o gorila George, um raro espécime albino, ele desenvolve uma relação de amizade forte. Entretanto, após um acidente espacial, cápsulas com uma espécie de vírus caem na reserva e contaminam o animal, que começa a ficar cada vez mais forte, maior e mais violento. O gorila, entretanto, não é o único. Junto com a doutora Kate Cadwell (Naomi Harries), responsável pelas pesquisas que culminaram nessa alteração genética dos animais, Davis irá tentar salvar o seu amigo – e, consequentemente, a cidade de Chicago -, conseguindo a cura para o vírus.

Com uma crítica aberta à indústria bélica, que no filme usa de pesquisas genéticas para transformar animais em armas de destruição, Rampage investe no humor e nas cenas de ação. O primeiro elemento é o mais importante: ele vem da amizade inusitada do protagonista com o gorila; em menor escala, da falta de trejeitos sociais de Davis; e, por fim, da exaltação da masculinidade do personagem, que costuma interpretar caricaturas de “machões” – aqui não é diferente, e muito do humor vem em relação a esse esteriótipo, muitas vezes, sem ironia, glorificando o herói. Basta ver os outros coadjuvantes: o vilão é o extremo oposto de Davis (caricato, medroso e afeminado); o melhor amigo humano do herói é o esteriótipo de nerd;  o novo membro de sua equipe é um sujeito que finge ser machão, mas é o mais medroso de todos na frente dos animais; quando um outro herói aparece para ajudar, ele tem as mesmas características – não é o soldado, mas é o “xerife”. Essa exaltação da masculinidade de Davis, relacionada à postura calma e de liderança do personagem, além de seu corpo musculoso, é o alicerce do humor do filme, que funciona por estar na medida certa. Mas o interessante é que tais características ditas masculinas também são vistas tanto na vilã quanto na doutora Cadwell, o que faz com que Rampage escape da armadilha de se tornar uma ode a um estilo de corpo ou de virilidade, embora essa valorização seja uma peça importante no filme.

Divertido e despretensioso, Rampage: Destruição Total cumpre o que promete e funciona como um entretenimento passageiro. Embora o importante aqui seja a relação do homem com o animal, é esquisito, porém, que o filme apresente três personagens no início e não recorra a eles no final – talvez a coisa que mais fuja do padrão Hollywood aqui, esquecer personagens pela metade da história. Nada que comprometa a trama.

Por Gabriel Fabri

Confira o trailer de Rampage: Destruição Total clicando aqui.

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