Infiltrado na Klan (42ª Mostra Internacional de Cinema)

Ao final da primeira exibição pública de Infiltrado na Klan no Brasil, durante a 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, uma voz feminina ecoou, a plenos pulmões, o grito que logo envolveu a grande parte dos presentes: o Ele Não, em referência ao candidato à Presidência que naquela semana liderava as pesquisas de intenção de voto para o segundo turno. Embora o longa-metragem de Spike Lee conte uma história real que aconteceu lá em 1968 nos Estados Unidos, é legítima a angústia e o medo de o filme ser mais real e mais atual do que muitos gostariam de admitir.

É fato que uma obra baseada em fatos históricos sempre diz mais sobre a sociedade atual do que a época retratada. O próprio filme de abertura da Mostra, o A Favorita, é um exemplo. Entretanto, a atualidade de Infiltrado na Klan impressiona, mesmo com tantas circunstâncias históricas específicas envolvidas. Lee pretendia, como deixa claro ao usar imagens atuais no final do longa-metragem, mostrar a história se repetindo (ou se continuando?). A associação é clara: Trump é a Ku Klux Klan na Casa Branca. Pena que o diretor não deu uma volta no Brasil para incluir porque Bolsonaro seria a KKK no Palácio do Planalto.

Para provocar essa reação na plateia paulistana, Infiltrado na Klan não se limitou, é claro, a problematizar preconceitos e discursos de ódio, vindos de uma suposta superioridade do homem branco, heterossexual e cristão. O filme faz isso, na verdade, com surpreendente bom humor. Ron Stallworth (John David Wasihngton) é o primeiro policial negro de sua cidade, e tem que lidar com os preconceitos dos próprios colegas de trabalho. Com personalidade cativante, ele parece iniciar a maior investigação de sua recém-iniciada carreira meio que na brincadeira: olha, vou ligar para a Ku Klux Klan e ver no que dá. Deu certo, e eles marcaram de se encontrar. Com um policial branco se passando por ele, o oficial tornou-se o primeiro (e único, possivelmente) negro a ser membro oficial da KKK, organização racista que acredita na supremacia branca.

Com bom humor e retratando uma história inusitada, Infiltrado na Klan é um bom filme, bastante convencional, mas que adquire mais importância pelo seu viés político e histórico. Funciona como entretenimento e como uma boa peça para se discutir o racismo e, por que não, a ascensão da extrema-direita nos dias de hoje. Para os brasileiros, entretanto, é um filme essencial: um dos motivos é que um dos personagens aqui é David Duke, na época líder da Ku Klux Klan. O sujeito, há duas semanas do segundo turno da eleição presidencial, fez uma declaração favorável a Bolsonaro: “Ele soa como nós”. Real e assustador.

Por Gabriel Fabri

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Confira as próximas sessões:

Espaço Itaú de Cinema – Pompeia 1 22/10/18 – 21:00 – Sessão: 420 (Segunda)

Cinesala 26/10/18 – 18:40 – Sessão: 730 (Sexta)

Espaço Itaú de Cinema – Augusta Sala 1 29/10/18 – 14:00 – Sessão: 993 (Segunda)

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