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A Esposa – Crítica

Até aonde você iria pelos holofotes?  Até aonde você iria para ter a sua voz ouvida? O casal protagonista de A Esposa, filme de Björn Runge baseado no livro de mesmo nome de Meg Wolitzer, levou a sua cumplicidade ao extremo ao contar a história de um ganhador do Nobel de Literatura que não merecia o prêmio.

Favorita para ganhar o Oscar de Melhor Atriz, Glenn Close interpreta Joan Castleman, esposa de Joseph (Jonathan Pryce), famoso escritor que acaba de ser notificado de que ganhou o prêmio Nobel. Ela o acompanha à Suécia para todas as solenidades, entretanto, o faz inquieta, incomodada. Por meio de flashbacks, o publico acompanha como a relação deles foi construída, enquanto o fato de Joseph ganhar o prêmio máximo da literatura desencadeia sentimentos que estavam reprimidos por toda a vida.

O longa-metragem funciona como uma distorcida história de amor. Envoltos em cumplicidade, como dois “parceiros do crime”, Joan e Joseph sacrificaram suas vidas um pelo outro – e o resultado foi apenas aparências e ressentimentos. Difícil dizer exatamente qual é o mais miserável nessa relação: ele viveu a vida toda uma mentira, recebendo aplausos que não eram para ele; ela teve a sua voz ouvida, mas nunca foi reconhecida por isso, vivendo à sombra do marido. Nenhum dos dois tinha a coragem e o amor próprio para fazer o que era certo e o que era melhor para cada um deles.

Indo além de falar sobre a renegação da mulher na sociedade, uma vez que Joan temia não ser levada a sério como escritora por ser mulher, A Esposa fala, no fundo, sobre escolhas e sacrifícios que fazemos, por nós mesmos e pelos outros.

Por Gabriel Fabri

Confira o trailer de A Esposa clicando aqui.

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