Shazam! – Crítica
Quando tentou construir o universo cinematográfico da DC Comics, a Warner apostou todas as fichas na esteira do sucesso da trilogia Batman de Christopher Nolan, que arrebatou tanto em críticas positivas quanto em números de bilheteria. Encabeçado por Zack Snyder, entretanto, o tiro saiu pela culatra: Batman vs Superman nem era tão sombrio, mas dividiu opiniões – uns acharam sério ou político demais, outros riram de uma das cenas mais kitsch da história dos filmes de heróis. A partir daí, a ideia de criar um universo único e mais sério desmoronou, embora Mulher Maravilha, tenha obtido êxito.
Em Shazam!, de David F. Sandberg (Annabelle 2), o estúdio se rende de vez à fórmula Marvel de “diversão garantida”. Assim como o Homem-Aranha de Tom Holland, o herói aqui é Billy (Asher Angel), um jovem pré-adolescente que de repente ganha poderes especiais. Aqui, ele se transforma em um homem super-poderoso – interpretado por Zachary Levy – ao dizer apenas a palavra “Shazam!”, o nome de um mago que lhe transferiu seus poderes para proteger o mundo dos sete pecados capitais. Antes de encontrar Billy, porém, o mago testou vários jovens, reprovados, para receber seus poderes. Um deles, todavia, nunca parou de procurá-lo e conseguiu roubar para si os poderes dos sete pecados: Thaddeus Silvana (Mark Strong) precisa agora destruir Billy, o único capaz de ameaçar a sua força.
O longa-metragem acerta ao priorizar o desenvolvimento dos personagens no lugar da ação. Com muito humor, entrega um verdadeiro feel good movie, no qual também relativiza temas da cultura do super-herói, como o isolamento supostamente necessário ao herói: aqui, Shazam tira selfies e constitui uma família com seus irmãos adotivos, uma postura que condiz com uma criança que finalmente ganhou poderes, e não um adulto maduro e responsável. Leve e bem-humorado, o filme joga na zona de conforto para agradar o seu público e, mesmo com um vilão caricaturado, tem fôlego e carisma para atingir tal objetivo.
Por Gabriel Fabri
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