A Maldição da Chorona – Crítica
Integrando o universo de Invocação do Mal, do produtor James Wan, A Maldição da Chorona se inspira em uma lenda popular no México. Em suas diversas variações, a constante é que La Llorona era uma mulher bela que perde os seus filhos – seja por descuido ou por ela mesma, como Medeia, tê-los assassinado. Cobrindo o seu rosto com o véu branco, o fantasma da moça é identificado pelo seu choro incessante e busca novas crianças para substituir as suas.
O filme é ambientado nos Estados Unidos dos anos 1970 e conta a história de uma assistente social cujos filhos viram alvos da Llorona. Linda Cardellini interpreta Anna, a mãe dessas crianças, que busca a ajuda de um curandeiro (Raymond Cruz) para livrar a família desse espírito maligno.
Com direção de Michael Chaves, que assume o próximo Invocação do Mal, o longa-metragem tem êxito na construção de uma atmosfera aterrorizante. As cenas que marcam as primeiras aparições da Llorona para os filhos de Anna, uma em um carro e a outra com um guarda-chuva, são verdadeiramente assustadoras – a primeira, inclusive, sabe brincar muito bem com o conceito de um susto falso (quando pensamos ser um espírito e não é).
Construído como um terror de primeira linha, mesmo que não trouxesse nada de novo para um filme de espíritos, A Maldição da Chorona vai bem até a chegada do curandeiro na trama. A partir daí, o filme entra no modo “vamos expulsar o espírito que está assombrando a casa”, e mergulha de vez no lugar comum. Pior, ao tentar inserir humor, quebra a tensão que o clímax merecia ter, provocando risos na hora errada. Nesse final, vale tudo, e o filme força a barra algumas vezes, abraçando o “terrir” às vezes voluntariamente, às vezes não.
Por Gabriel Fabri
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