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Coringa – Crítica

Com Joaquim Phoenix como Coringa e Robert De Niro no elenco, filme de Todd Phillips venceu o prêmio máximo no Festival de Veneza

Aplaudido por oito minutos durante o Festival de Veneza, Coringa (Joker) surpreendeu ao deixar o cultuado festival com o Leão de Ouro, o prêmio máximo, nas mãos. O longa-metragem dirigido por Todd Phillips (famoso pela franquia Se Beber, Não Case!) humaniza o vilão dos quadrinhos Coringa, mergulhando fundo nos seus traumas, e entrega uma obra provocadora e angustiante.

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Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) é um homem solitário que vive com a mãe e trabalha fazendo uns bicos como palhaço. Seu sonho é ser comediante, como o apresentador de TV Murray Franklin (Robert De Niro). Entretanto, além de não ser engraçado, Arthur ainda tem um distúrbio que o faz rir sem parar quando ele fica nervoso.

Se afastando do tom divertido dos filmes de super-heróis, Coringa consegue atingir o tom sombrio que os personagens da DC Comics mereciam no cinema, mas não chegaram perto no universo compartilhado de Zack Snyder (Batman vs Superman). O longa-metragem é duro, violento e intenso e o roteiro vai inserindo aos poucos o espectador em uma Gotham City que é pura desilusão, raiva e desespero.

O longa-metragem humaniza o vilão de Batman ao retratá-lo não como um monstro, mas como um homem doente, desiludido, com seus traumas e esperanças frustrados. Embora o público não compactue com a violência e escolhas do personagem, é possível entendê-lo, e sentir um misto de horror e pena. Quem, afinal, não experimentou sentimentos parecidos, como humilhação, frustração e desespero?

Coringa, o filme, fala sobre a necessidade de estarmos felizes o tempo todo e a frustração de não alcançar esse estado utópico que é reforçado pelas redes sociais. Fala, também, sobre o contexto político hoje, pois é fidedigno à raiva e ao descontentamento dos dias de hoje, inclusive, com relação à desigualdade social – sentimentos que estão levando a extrema-direita à ascensão. A Gotham City do passado é, de fato, muito atual.

Para além da atuação fantástica de Joaquim Phoenix, o filme ainda conta com um clímax tenso em um estúdio de TV e um final provocador que deve gerar polêmica – algo que o filme só evita ao não mostrar o assassinato de (algumas) mulheres. Longe de ser uma obra sobre heróis ou vilões, Coringa é um drama sobre o fracasso e o desespero de um homem consumido pela tristeza e pela loucura. E o apelido dele, ainda por cima, é feliz.

Por Gabriel Fabri

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Nota: