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Filmes da Suzane von Richthofen, "A Menina Que Matou os Pais" - Pop with Popcorn

Filmes da Suzane von Richthofen, “A Menina Que Matou os Pais”

Saiba mais sobre os filmes da Suzane von Richthofen, A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais

Um dos crimes mais comentados da história recente no Brasil chega em dose dupla na Amazon Prime Video. Os filmes da Suzane von Richthofen trazem o ponto de vista da garota, condenada como mandante do assassinato de seus pais, e do namorado, um dos executores do crime. A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais contrapõem as duas versões, com base nos depoimentos durante o julgamento dos condenados.

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Ambos condenados a mais de 39 anos de cadeia, Suzane von Richthofen e Daniel Cravinhos contrapõem duas narrativas a cerca do homicídio. Ambas, entretanto, são muito similares: um é santo que se deixou levar pelo amor e o outro é manipulador. Os tipos são os mesmos, apenas quem é quem é trocado.

A estratégia de dividir a história em dois filmes revela-se apenas como marqueteira, ou talvez uma saída fácil para o que poderia ser um processo de montagem bastante trabalhoso e delicado. Há zero necessidade de assistir a uma hora e meia de cada história, quando elas são tão similares, com apenas alguns detalhes que mudam. Uma montagem bem elaborada poderia fazer esses contrapontos em um único filme, deixando ainda mais explícitas as contradições dos depoimentos, e também as suas semelhanças. Incluir as argumentos dos advogados, os questionamentos do juiz, transformar a história em um filme de tribunal, em suma, traria mais agilidade e riqueza ao roteiro.

Os dois filmes da Suzane von Richthofen explicitam o absurdo do crime que chocou o país – na linguagem do direito, como se diz, um crime praticado por “motivo torpe”, e que representa um agravante à pena. No depoimento de Suzane, fica claro que Daniel e seu irmão mataram por dinheiro. No depoimento do namorado, por outro lado, é risória a tentativa dele de se pintar como um herói salvando a donzela de seus pais abusadores e controladores, sem pensar um segundo no dinheiro da família dela. Os dois tentam se pintar como bom moço e boa moça que foram manipulados e ludibriados pelo outro, na única tentativa de diminuírem o tempo de regime fechado e, talvez, conseguirem algum atenuante na pena. E ambos utilizam estratégias discursivas similares que, definitivamente, não precisariam ser exibidas separadamente.

Longe de ser um filme de tribunal, o que definitivamente teria sido uma experiência mais interessante, os filmes da Suzane von Richthofen emulam um pedaço apenas do processo do julgamento, o depoimento dos réus, sem qualquer intromissão dos advogados ou do juiz para questionamentos. O público é levado a refletir sobre esses crimes, como se estivessem em um tribunal, mas sem ter acesso à provas e às argumentações da promotoria e da defesa dos réus, nem sequer uma pincelada nesses aspectos. No fundo, é apenas um pequeno pedaço de um todo, e a experiência, depois de 3 horas e dois filmes, permanece incompleta. De qualquer forma, acaba sendo interessante por, mais do que um filme sobre um crime, ser sobre discursos.

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Por Gabriel Fabri (@_gabrielfabri)
Jornalista, especializou-se em Cinema, Vídeo e TV pelo Centro Universitário Belas Artes. Colaborou com Revista PreviewRevista Fórum Em Cartaz. É autor de Fora do Comum – Os Melhores Filmes Estranhos e O Pato – Uma Distopia à Brasileira.
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Confira o trailer dos filmes da Suzane von Richthofen abaixo:

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