Fumar Causa Tosse (46ª Mostra Internacional de Cinema)
Fora do comum, Fumar Causa Tosse é destaque na 46ª Mostra Internacional de Cinema
O cineasta francês Quentin Dupieux é o principal nome da atualidade quando se fala em absurdos no cinema. Diretor de pérolas como Rubber – O Pneu Assassino, Dupieux traz em seus filmes um humor irreverente, crítico e que brinca com o non sense. Fumar Causa Tosse, seu novo filme, exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, não poderia ser diferente.
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Em uma clara paródia a filmes de heróis, com um uniforme que faz alusão aos Power Rangers, Fumar Causa Tosse traz, no nome de cada herói, uma substância cancerígena do cigarro. Em grupo, eles são capazes de atacar uma tartaruga gigante com câncer. Mas, talvez como um reflexo da fama ou mesma da modernidade, eles estão cada vez mais individualistas. Por isso, são obrigados pelo seu chefe, uma pelúcia que baba líquido verde, a fazerem um retiro na mata para se reintegrarem como equipe.
Fumar Causa Tosse, obviamente, alerta, com certo cinismo, sobre as consequências do fumo. Não à toa, trata-se de um filme sobre o fim do mundo, e a questão das toxinas é metáfora para a destruição do planeta – algo que as crianças conseguem ver claramente, como demonstrado na cena da menina contando uma história de horror ambiental, mas os adultos estão ainda autocentrados em sua pequenez. O fim do mundo virá com a simplicidade de apertar um botão e nossos heróis, será que deveríamos mesmo estar tratando-os como heróis?, são incapazes de fazer algo para deter a iminente destruição.
Apesar da mensagem dura, o tom do filme não é diferente dos anteriores de Quentin Dupieux, e Fumar Causa Tosse é uma comédia divertida, com peixes falantes e também a história de horror de origem de um serial killer.
Por Gabriel Fabri (@_gabrielfabri)
Jornalista, especializou-se em Cinema, Vídeo e TV pelo Centro Universitário Belas Artes. Colaborou com Revista Preview, Revista Fórum, Em Cartaz e com o livro O Melhor do Terror dos Anos 90 (Editora Skript). É autor de Fora do Comum – Os Melhores Filmes Estranhos e O Pato – Uma Distopia à Brasileira.
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