A Lei da Noite
Após o superestimado Argo, que ganhou o Oscar de Melhor Filme em 2013, Ben Affleck retorna à direção em A Lei da Noite, longa-metragem de gangster baseado no romance “Os Filhos da Noite”, de Dennis Lehane. Ambientado nos anos da Lei Seca, que proibia a venda de bebidas alcoólicas, o filme falha ao imprimir emoção na história, tornando a trama esquecível e pouco inspirada.
Após servir na I Guerra, Joe (Affleck) resolve se tornar um bandido ou, como ele próprio diz, um fora da lei. Ele se envolve com a mulher de um mafioso e, condenado por um assalto a banco que deu errado, vai preso, mas não antes do seu caso ser descoberto pelo marido da garota. Sem nada a perder, Joe aceita o convite de outro gangster para se mudar para o sul dos Estados Unidos. Lá, terá que controlar um negócio de rum e fazer lobby pela abertura de um cassino. Completam o elenco Elle Fanning, Zoe Saldana e Sienna Miller.
A abertura do cassino, é claro, irá esbarrar em problemas, como a influência da Igreja na região, a Ku Klux Klan e os mafiosos que fazem negócios com os quais o homem quer se meter. Joe vai resolvendo os desafios um a um, enquanto a trama linearmente segue sem a menor inspiração. Apenas a trama de Fanning, como uma ex-viciada em heroína que se torna pregadora, chama a atenção, mas não o suficiente para segurar por muito tempo a disposição do público de acompanhar a história.
Sem saber muito bem aonde quer chegar, A Lei da Noite não se esforça para deixar uma marca no espectador. As motivações de Joe são fracas (ele quer fazer dinheiro por fazer) e as reviravoltas não causam nenhuma emoção. Tudo em A Lei da Noite já foi mostrado em qualquer outro filme de gangster. Difícil entender a ambição do filme em se classificar para a temporada de premiações.
Por Gabriel Fabri