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2:22 – Encontro Marcado

Dizem que não existem coincidências. Conceitos como karma, horóscopo ou religião estão aí para quem quiser acreditar que tudo o que vai, volta, e que tudo o que acontece tem algum motivo ou significado por trás. O protagonista de 2:22 – Encontro Marcado, entretanto, leva os supostos padrões que enxerga para além do razoável, em uma trama pouco crível e que tem dificuldades para conquistar ou sequer convencer o espectador.

Dirigido por Paul Currie, o filme contra a história de Dylan (Michiel Huisman), um controlador de tráfego aéreo que quase mata 900 pessoas em um descuido na torre de comando. Por pouco dois aviões não colidem. Em um deles, estava a bela Sarah (Teresa Palmer). Os dois se encontram numa apresentação de tecido circense, e é amor à primeira vista. Sarah chega a verbalizar que Dylan salvou a sua vida, em uma frase completamente sem nexo, afinal, o cara quase fez com que os dois aviões colidissem – em que sentido o homem que acabou de conhecer poderia ter salvo a vida dela, se ela se apresenta o filme todo como uma pessoa bem resolvida? Esse amor para toda a vida, apresentado de maneira superficial, ganha contornos de mistério uma vez que Dylan começa a ver padrões exatos todos os dias, aos mesmos horários, o que o leva a suspeitar de uma conexão de sua vida e de seu romance com o antigo morador de seu apartamento.

Partindo de uma premissa pouco convincente, 2:22 testa a paciência do espectador. Nem a narração em off do personagem, no começo do filme, colabora para que a audiência entre no delírio de Dylan. Seus padrões não são convincentes, e a história do passado que se conecta com o presente não faz lá muito sentido. Como a relação do casal é mal trabalhada, nem a torcida para que eles fiquem juntos e solucionem o mistério acontece. O maior mistério aqui é como alguém aprovou o roteiro desse filme.

Por Gabriel Fabri