Annabelle 2 – A Criação do Mal
Após o pouco inspirado Annabelle, filme derivado do assustador Invocação do Mal, a boneca que dá nome ao filme, inspirada em caso dos investigadores paranormais Warren, volta a fazer suas vítimas em Annabelle 2 – A Origem do Mal. Dirigido por David F. Sandberg (Quando as Luzes se Apagam), o longa-metragem dedica-se a mostrar o primeiro caso em que a boneca fez suas vítimas.
Em um intrigante prólogo, vemos a rotina da família de um artesão de bonecas (Anthony LaPaglia), antes de uma tragédia marcar para sempre aquele casal. Doze anos depois, a casa em que eles viviam recebe um grupo de jovens órfãs, acompanhadas por uma freira, e que irão habitar aquele lugar como se fosse um orfanato. Há dois mistérios na casa: a senhora Mullins (Miranda Otto), que passa o tempo todo trancada dentro de um cômodo, e o quarto que pertenceu à filha do casal, na qual as meninas são proibidas de entrar. Com uma brincadeira que remete ao prólogo, a presença demoníaca que habita a casa irá aparecer primeiro para Janice (Talita Bateman), a garotinha que está aleijada por conta de uma doença.
Repetindo o que aconteceu com o primeiro Annabelle, a sequência foge um pouco da série Invocação do Mal ao apostar nos sustos fáceis e em excessos que poderiam tornar o filme apenas mais uma história de casa mal-assombrada. E, de certo modo, ele é isso. Entretanto, Sandberg mostra a habilidade que já mostrou em Quando as Luzes Se Apagam para conduzir o enredo. O resultado é um longa-metragem com muitos bons momentos que deixam o público apreensivo. Até mesmo o prólogo, que nada tem de sobrenatural, dá um bom frio na barriga, o que já contribuiu para o envolvimento com o filme.
Com um clímax bem agitado, uma história bem conduzida e uma boa dupla de protagonistas femininas mirins (além de Bateman, Lulu Wilson no papel de Linda), Annabelle 2 revela-se um bom entretenimento, e deve agradar o público, apesar de não ser lá muito assustador ou inovador. Além disso, a obra peca por explorar demais a assombração e deixar os demônios que existem nos humanos de lado. Aproveitar mais a rivalidade das órfãs, sugerindo um antagonista dentro do grupo, ou mesmo utilizar o potencial de vilania que têm os pais – eles atraíram um grupo de garotinhas para o meio do deserto! – poderia tornar o filme mais rico.
Por Gabriel Fabri