Operação Overlord (42ª Mostra Internacional de Cinema)
Quem for assistir a Operação Overlord, filme dirigido por Julius Avery com produção de J. J. Abrams, pensando se tratar de um filme sobre a II Guerra comum, vai estar enganado. Bom, parcialmente enganado. Utilizando o codinome oficial da Batalha da Normandia, na qual os americanos invadiram a Europa ocidental para libertar a França dos nazistas, o filme constrói uma aventura que ganha contornos de horror ao flertar com filmes de zumbi.
Após a queda do helicóptero do exército, bombardeado, poucos são os soldados sobreviventes. Na floresta, eles encontram a francesa Chloe (Mathilde Ollivier), uma camponesa cujos pais foram assassinados pelos alemães e cuja tia fora submetida a experimentos científicos pelos nazistas. Os soldados, mesmo em menor número, devem completar a missão: os outros soldados não aterrizarão na França caso a torre de controle nazista não seja derrubada. Entretanto, ao ir parar dentro da Igreja onde a torre estava localizada, Boyce (Jovan Adepo), descobre algo sinistro no laboratório de experimentos.
Com bom ritmo, girl power e um protagonista bem desenvolvido, Operação Overlord consegue manter a atenção do público e funciona como entretenimento. O fato de ter como personagens também uma mulher e uma criança tornam a trama mais que um mero simples filme de batalha, embora o longa-metragem conserve as características de um filme de guerra – e a velha questão, fazer o que é certo (salvar um civil?) ou se manter à missão, sem colocá-la em risco? – Além disso, a opção por fantasiar os experimentos dos nazistas é boa, e permite o flerte com o fantástico, que, embora não seja lá muito original, dá gás para o filme em seu clímax. Um bom entretenimento, em suma.
Por Gabriel Fabri
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