Histórias Assustadoras para Contar no Escuro – Crítica
Com produção e roteiro de Guillermo Del Toro, Histórias Assustadoras para Contar no Escuro chega aos cinemas
Guillermo Del Toro gosta de contar histórias fantasiosas. Responsável por sucessos como O Labirinto do Fauno e A Forma da Água, o cineasta mexicano, ganhador do Oscar, também costuma se envolver como produtor em projetos paralelos aos seus filmes. Assim como Não Tenha Medo do Escuro, Histórias Assustadoras para Contar no Escuro (Scary Tales to Tell in The Dark) tem a produção e o roteiro com a colaboração do cineasta.
Com um apegada infantojuvenil que lembra Goosebumps, o longa-metragem se inspira na série de livros de mesmo nome de Alvin Schwartz, que compilou diversas histórias do folclore estadunidense. Alguns desses contos serviram de inspiração para o filme dirigido por André Øvredal.
Na trama, um grupo de adolescentes visita uma casa mal assombrada no Halloween. Lá, descobrem o livro de Sarah, uma garota que viveu trancada e foi acusada de matar crianças e escrever histórias com o sangue delas. O livro da lenda é encontrado e, aos poucos, cada um dos garotos tem a sua morte descrita no livro – todas inspiradas em algum conto que ouviram quando criança.
Buscando uma óbvia aproximação com sucessos recentes como Stranger Things e It – A Coisa, Histórias Assustadoras para Contar no Escuro mistura terror com aventura e não explora muito as questões da adolescência quanto à sexualidade, mantendo os personagens em uma esfera de inocência. A graça aqui é explorar a mitologia das histórias, trazendo um mito diferente para cada morte, além do perigo central, que é o fantasma do livro.
Em algumas cenas, mostrar o monstro enfraquece um pouco o terror. Entretanto, em linhas gerais, Histórias Assustadoras para Contar no Escuro consegue garantir uma boa diversão e até alguns sustos. Também tem pontos importantes de reflexão: a ambientação nos anos 1960 coloca em um personagem o peso de se sentir um covarde por se recusar a ir à Guerra, uma atitude que, na verdade, é para lá de corajosa; e a questão dos livros é uma grande defesa da literatura e da narrativa em geral, ao defender que histórias podem curar pessoas – e também ferir.
Por Gabriel Fabri
Confira o trailer de Histórias Assustadoras para Contar no Escuro abaixo: