Dois Papas – Crítica

Fernando Meirelles dirige Dois Papas, sobre sucessão do Papa bento XVI e Papa Francisco, para a Netflix

Talvez pelo altíssimo fluxo de informações em que vivemos, talvez pelo simples fato de que os acontecimentos são mais impactantes nos livros de história, temos o hábito de banalizar eventos contemporâneos. A renúncia de um Papa, líder máximo da Igreja Católica, tinha precedentes apenas no século XV, em uma conjuntura completamente diferente. Porém, qual é o grande debate que podemos extrair de tal acontecimento: a necessidade da Igreja de se renovar em contexto de crescente perda de fiéis. É exatamente essa discussão levantada pela nova produção original Netflix Dois Papas.

O longa, que tem a direção do brasileiro Fernando Meirelles (Cidade de Deus e Ensaio Sobre a Cegueira), gira em torno de um embate, até onde se sabe, fictício, entre os Papas Francisco (Johnatan Pryce) e Bento XVI (Anthony Hopkins). De um lado, o argentino progressista, carismático e atento a realidade mundana; do outro, o alemão conservador, rígido e preso aos protocolos do alto clero. 

Dentre os vários acertos presentes na obra, a forma humana como ambos os personagens são apresentados é talvez o melhor deles. Embora, é claro, o humano Jorge Bergoglio seja muito mais agradável do que o humano Joseph Ratzinger, estão visíveis todos os elementos que fazem aqueles dois homens serem quem são. Ambos estão cheios de forças e fraquezas que os tornam pessoas extremamentes críveis, que transitam nos mais altos postos de uma das intituições mais antigas do mundo.

O tratamento equilibrado que é direcionado aos dois personagens, estende-se também ao contexto em que eles se encontram: Dois Papas não foge das polêmicas, porém não as aborda de maneira apelativa ou sensacionalista. Os escândalos de pedofilia que mergulharam a Igreja em uma de suas maiores crises são citados e abordados, assim como a imensa dificuldade das lideranças religiosas em lidar com a situação. A associação, dentro do imaginário popular, de Bento XVI ao nazismo, o que não deixa de ser, em partes, reflexo do distanciamento de sua figura em relação ao fiéis, também é citada. O ponto mais poderoso do filme, porém, é a investigação em relação ao passado de Bergoglio diante da Ditadura Militar Argentina, um dos capitulos mais nebulosos da biografia do atual Bispo de Roma. Seus erros foram expostos com clareza, assim com as suas gravíssimas consequências. O debate, porém, está nas causas: será que diante de uma situação tão extrema não nos deixaríamos cometer os mesmos equívocos?

É claro que personagens mergulhados em tantas complexidades exigem um trabalho excepcional dos atores que os interpretam e, como foi destacado pela própria Academia de Artes e Ciências Cinematográfica, tal excepcionalidade é entregue. Anthony Hopkins constroi com habilidade o homem rígido, cujo rigor vai se abrandando ao longo da narrativa. Jonathan Pryce, muito ajudado pela enorme semelhança que tem com Francisco, brilha construindo o homem simples, desapegado, porém que ainda carrega a culpa pelos erros cometidos em outrora.

Fernando Meirelles entrega um grande filme, com uma direção precisa e um ritmo ágil, quase documental, que consegue principalmente transmitir as emoções que cada cena pede. Apesar de esnobado pelo Oscar, ficando de fora das categorias de Melhor Filme e Melhor Diretor, a sensibilidade presente na obra faz de Dois Papas um dos grandes destaques de 2019.

Por Caio Shimidzu

Confira o trailer de Dois Papas:

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