In-Edit 2021 – Jair Rodrigues – Deixa que Digam
Documentário “Jair Rodrigues – Deixa que Digam” está atualmente disponível no portal do festival In-Edit 2021
Toda vez que se pensar e se contar a respeito dos principais personagens da história da música brasileira será impossível não dedicar uma parte considerável ao artista nascido na pequena cidade do interior de São Paulo, Igarapava, em 6 de fevereiro de 1939, e morto em Cotia, em 8 de maio de 2014. É justamente o que faz o documentarista Rubens Rewald, em “Jair Rodrigues – Deixa que Digam”, atualmente disponível no portal do festival In-Edit 2021.
Sempre lembrado pelo sorriso contagiante, Jair Rodrigues parecia estar sempre elétrico, sem conseguir ficar parado. Tanto que de todos os amigos e familiares entrevistados, foram raríssimos os que o viram em algum momento triste e, menos ainda, chorando. Ao mesmo tempo, se na vida a postura nunca mudava, na vida artística ele era sempre surpreendente.
Por exemplo, reconhecido por interpretar grandes sambas e dividir um programa de televisão de sucesso com Elis Regina, ele resolveu assumir uma persona mais séria e combativa para interpretar o “hino” “Disparada”, de Théo de Barros e Geraldo Vandré, vitorioso no Festival de Música Popular Brasileira, transmitido pela TV Record em 1966. Mais tarde, na década de 1980, ele inovou mais uma vez ao interpretar o sertanejo “Majestade o Sabiá”, de Roberta Miranda, e transformá-lo num grande sucesso. E o rapper Rappin’Hood faz questão de frisar a importância dele com o que é considerado o primeiro rap nacional, “Deixa Isso Pra Lá” e como símbolo dos negros brasileiros.
Se as histórias não são tão novidade assim, como é gostoso ouvi-las mais uma vez, ainda mais vindo de quem as viveu. Um dos momentos mais emocionantes é quando Claudine conta a linda história de amor que compartilharam e que geraram os dois filhos e hoje artistas reconhecidos – Jair Oliveira e Luciana Mello, que esbanjam a mesma simpatia do pai. Só parece desnecessária e um pouco deslocada a imitação que Jairzinho faz do pai, com uma maquiagem carregada.
Por Guilherme Bryan