A Garota e a Aranha (45ª Mostra)
Premiado no Festival de Berlim, A Garota e a Aranha é exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Integrando a competição de novos diretores da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o suíço A Garota e a Aranha chega com destaque por ter sido consagrado vencedor do Prêmio da Crítica e de melhor direção na seção Encontros do Festival de Berlim. O longa-metragem dos irmãos Ramon e Silvan Zürcher acompanha um processo de mudança de Lisa para um novo apartamento, não mais dividindo o teto com a amiga Mara.
Com a câmera estática observando as movimentações no apartamento em reforma, acompanhamos a transição de Lisa para essa nova fase, enquanto novos e velhos conflitos são trazidos à tona. O ponto de vista e a narração, entretanto, são de Mara, a amiga deixada para trás e a tal garota do título. Conhecemos também a relação entre Lisa e sua mãe, aparentemente amistosa, mas, com uma pitada ou outra de veneno. Já os novos vizinhos são peculiares, incluindo uma garota noturna.
O filme tem uma atmosfera meio Amelie Poulain, lembrando um pouco por conta da narração da protagonista, que mistura sonhos, sentimentos e indagações. Mara, de fato, é uma personagem interessante e o filme desperta o interesse também por momentos sutis de estranheza. Tudo é muito sutil e delicado em A Garota e a Aranha, mas o roteiro parece não saber muito bem para onde levar a história. Para funcionar como algo mais sensorial, que parece ser a intenção da dupla dos diretores, o filme poderia explorar mais a questão da estranheza, ou tornar a história mais dinâmica desenvolvendo melhor os conflitos dos personagens. Tudo fica meio velado, meio dito, meio não dito.
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Por Gabriel Fabri (@_gabrielfabri)
Jornalista, especializou-se em Cinema, Vídeo e TV pelo Centro Universitário Belas Artes. Colaborou com Revista Preview, Revista Fórum e Em Cartaz. É autor de Fora do Comum – Os Melhores Filmes Estranhos e O Pato – Uma Distopia à Brasileira.
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