Submersão – Crítica
Uma grande atriz em ascensão, a vencedora do Oscar Alicia Vikander (atualmente em cartaz em Tomb Raider) estrela, ao lado de James McAvoy, o drama Submersão, novo longa-metragem de Wim Wenders. Um dos três cineastas mais importantes do cinema novo alemão, ao lado de Herzog e Fassbinder, Wenders é responsável por clássicos como Paris, Texas e Asas do Desejo. Focado nos últimos filmes em experimentar a tecnologia do 3D, em longas como Pina e Tudo Vai Ficar Bem, o diretor agora volta ao convencional nessa pouco inspirada história de amor.
A trama mostra como Danielle (Vikander), uma exploradora de oceanos, e James (James McAvoy), um agente anti-terrorismo, se conheceram e rapidamente desenvolveram um interesse amoroso. Enquanto ela irá partir para uma aventura no meio do oceano, ele viaja ao Oriente Médio e é capturado, sendo mantido em cativeiro. A ausência de correspondência do amado provoca sentimentos de solidão em Danielle, que se pergunta porque o homem não entra em contato.
Intercalando duas histórias pouco inspiradas, Wenders cansa o público com um roteiro raso e personagens pouco envolventes. Para além do registro da solidão diante de uma falta da comunicação, o longa-metragem é pobre em suas metáforas sobre Deus e o Oceano, e não instiga o público a pensar, e sim a olhar o relógio. O pior é que não dá nem para comprar a paixão avassaladora que os dois sentiriam um para o outro – o filme falha inclusive nessa construção do relacionamento entre os dois. Quando são separados, é difícil entender como um é a razão da vida do outro.
Superficial e arrastado, um filme que promete uma Submersão, vindo de um grande cineasta, tinha a obrigação de pelo menos causar uma boa provocação, ou acrescentar algo ao espectador em qualquer aspecto. Não é isso o que acontece.
Por Gabriel Fabri
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