Mentes Sombrias – Crítica
Baseado no romance de mesmo nome de Alexandra Bracken, Mentes Sombrias é a nova aposta de Hollywood para o público adolescente. Com o fim das distopias de Jogos Vorazes, Divergente e Maze Runner, o longa-metragem de Jennifer Yuh Nelson (Kung Fu Panda 3) flerta com esse universo futurístico da luta de jovens contra governos autoritários, ao mesmo tempo em que dialoga com os filmes de super-heróis, em especial os dos mutantes do X-Men.
Com uma premissa similar a Divergente, no qual os jovens eram divididos e definidos de acordo com suas habilidades, Mentes Sombrias traz um futuro no qual todas as crianças foram mortas – as que sobreviveram desenvolveram habilidades especiais e, por isso, foram enviadas a campos de concentração. Quem era diagnosticado nas categorias laranja ou vermelha, porém, era imediatamente executado. A exceção foi a garota Ruby Daly (Amandla Stenberg), que consegue controlar a mente de seu médico e se passar por uma pessoa da categoria verde, o que significava apenas inteligência avançada. Ao ser descoberta, ela consegue escapar e encontra, na estrada, outros garotos fugitivos, em busca de um vale onde os jovens remanescentes estariam reunidos.
Apesar da premissa original, um campo de concentração de crianças especiais, e trazer uma protagonista negra, algo incomum nessas produções, Mentes Sombrias não empolga. O roteiro é fraco e soa como um amontoado de clichês do gênero – só que o amigo nerd medroso não chega a ser tão engraçado, o interesse romântico óbvio é sem sal, os contratempos não geram sequências de ação empolgantes e o amigo que obviamente é o vilão, mas cujas motivações para isso são pífias, não é nenhuma surpresa. Falta vivacidade no longa-metragem, que se arrasta ao apostar no “mais do mesmo”, sem criatividade e sem habilidade para tornar isso uma experiência cinematográfica única e divertida.
Mentes Sombrias fala sobre aceitação e sobre conviver com o diferente. Como os X-Men, mas com uma necessidade ainda de repetir o tempo todo frases sobre a importância de ser quem você é. Não é de todo ruim, tendo com o ponto alto o final: ao invés de uma sequência megalomaníaca de ação, uma simples cena de sacrifício e raro altruísmo salva o longa-metragem de sua mediocridade.
Por Gabriel Fabri
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