Seu Jorge filmou “Irmandade” em um presídio: “Ali compreendi o valor da liberdade”

Nova série da Netflix, “Irmandade” traz Seu Jorge no papel de um líder de facção criminosa

Os detentos de um presídio em Curitiba puderam observar, de suas janelas, mais do que os muros de concreto do cárcere. Isso pois uma área desativada da penitenciária foi locação da nova série da Netflix, Irmandade, criada por Pedro Morelli (Zoom). Após retratar a periferia de São Paulo com foco na juventude de hoje e no funk em Sintonia, a Netflix estreia no próximo dia 25 a nova produção, ambientada nos anos 1990, e que fala sobre o sistema penitenciário brasileiro e o surgimento das facções criminosas.

Sem sinal de celular e tendo que passar pela revista a cada dia de filmagem, o elenco sentiu a proximidade com os presos, a poucos metros de distância das gravações. “Ali eu compreendi o quão valioso é a liberdade que eu gozo”, conta Seu Jorge.

Enquanto filmava uma das cenas que retratava uma confusão do pátio, o cantor, que interpreta o líder da facção Irmandade, ouviu gritos dos detentos reais do presídio. “Os caras estavam assistindo e gritando lá atrás: Seu Jorge, representa nóis“, conta. “Tem uma hora que isso não é brincadeira, não tem risinho! Porque o cara ta gritando de dentro de uma cela e você tá fazendo uma cena que fala dele”.

Para Seu Jorge, isso ao mesmo tempo poderia colocar o ator para cima ou até intimidá-lo. “Mas é assim, você saia de lá e ia embora para casa, sabendo que não ia ter indulto de natal para eles, porque a lei ia mudar, e estava todo mundo triste”, afirma. “O evento que teria lá era um evangélico e nem as famílias poderiam participar. A gente está convivendo ali, essas coisas chegam para a gente”. O ator ainda disse que ficou surpreendido com a quantidade de brancos no presídio – quase não havia negros entre os detentos, eram aproximadamente 3 entre 400. “Não dá tempo do negro chegar na cadeia, são mortos antes”, reflete. “É muito estranho, uma parada que me deu uma pancada. Foi um aprendizado muito grande”.

Lee Taylor, que interpreta um dos presos que fazem parte da Irmandade, conta que já havia gravado em um presídio antes, mas, na ocasião do filme Salve Geral, o local estava 100% desativado. “Mesmo assim, a gente sentia a energia do lugar”, conta. Na série, portanto, a sensação foi ainda mais intensa. “Ter o presídio ao lado, os detentos vendo as cenas, é algo que mexe com a estrutura de qualquer ser humano”. Ele ressalta, entretanto, que essa proximidade tornou mais rica a composição do personagem. “Ficar dez minutos em uma cela e se imaginar uma pessoa que fica uma década, pensar o quanto mexe com a pessoa não ter o horizonte, ter a limitação no muro”. Isso ajudou a entender a cena na qual o seu personagem sai da prisão. “Ter o horizonte, ver a amplitude, depois de ficar tanto tempo na cela, é realmente impactante”.

Uma abordagem diferente

O diretor Pedro Morelli contou que a Netflix procurou a O2 Filmes com alguns temas com os quais a empresa gostaria de trabalhar em uma produção original. O que mais o interessou foi o das facções criminosas, mas ele não queria fazer uma abordagem convencional. “A mais esperada e menos bacana era a do policial que combate o crime”, conta o diretor.

Por isso, o policial que investiga a Irmandade é visto, para o ator Danilo Grangheia, como uma espécie de antagonista. “Ele borra a ideia de certo e errado e dilui o maniqueísmo entre herói e vilão”, conta. “É um personagem que se aproveita da fragilidade do outro, ultrapassa os limites”.

Optou-se por uma terceira via, que não focasse nem no policial, nem no líder da facção. Assim, surgiu a ideia de ter uma protagonista mulher e negra. Cristina (Naruna Costa) é irmã de Edson (Seu Jorge) e funcionária do Ministério Público. Quando descobre que o irmão está sofrendo maus tratos na cadeia, ela tenta intervir, mas acaba caindo em um jogo de duplicidade, tendo que se infiltrar na Irmandade, a facção liderada por Edson, para evitar a própria prisão.

O diretor conta que a decisão de ambientar a trama nos anos 1990 foi por conta da ausência de telefone celular. “As mulheres naquela época eram vitais para a transmissão de mensagens”, conta Morelli. De fato, muita da comunicação entre os personagens de dentro com os de fora da cadeia se dão durante as chamadas visitas íntimas, nas quais os presos ficam a sós com suas esposas.

Irmandade não se inspirou em nenhuma organização específica e também em nenhum caso real. “Pegamos o conceito de facção”, conta o diretor. Ele contextualiza o surgimento dessas organizações como uma resposta à opressão violenta que os presos sofriam dentro das cadeias, incluindo, muitas vezes, violações de direitos humanos. “A opressão se mostra uma estratégia fracassada, que só alimenta o crime”, declara, alfinetando os políticos que ainda optam por seguir essa estratégia.

A fala da mulher negra

A atriz Naruna Costa definiu a protagonista da série como uma “personagem rara” – trata-se, afinal, de uma mulher negra protagonizando uma série focada em um presídio masculino – e ressaltou a tentativa da produção de fugir de esteriótipos. Elogiou, ainda, a postura do diretor, branco, de falar sobre assuntos de uma realidade que não é a dele, mas é a de muitos brasileiros. “É uma atitude maravilhosa, mas muito incomum, existe um medo de falar de alguns temas, de mexer em algumas feridas”, conta. “O nosso Brasil é racista e esse não é um problema da população negra, é um problema geral, para todo mundo resolver”.

Ela contou ainda sobre ter sido surpreendida ao flagrar Seu Jorge fazendo crochê e que se conectou com a trajetória dele. “Ouvir a sua história foi mágico”, revela. “Achei tudo da infância parecido comigo”. A conexão também ocorreu com Wesley Guimarães, que é de uma geração mais nova. “Em algum lugar, a gente é família mesmo”, conclui. “Mesmo quintal, gerações diferentes”.

Por Gabriel Fabri

Confira o trailer de Irmandade:

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