In-Edit 2021 – Suzi Q
Documentário Suzi Q, sobre Suzi Quatro, integra o in-Edit 2021
“Roqueira, pensadora, solitária, afiada, uma fera, selvagem, tempestade, uma refugiada da aterrorizada Detroit”. É com esta epígrafe do jornalista, romancista e biógrafo britânico Philip Norman que começa o documentário “Suzi Q”, dirigido por Liam Firmager, em 2019, a respeito da cantora, baixista e atriz Suzi Quatro, e que foi um dos destaques do In-Edit 2021.
Se você espera um documentário que ressalte a importância de Suzi Quatro como uma das pioneiras do rock americano, antecessora do punk e que abriu uma frente para que a partir dali muitas garotas pudessem empunhar um instrumento musical e conquistar legiões de fãs, está bastante enganado. Suzi Q é marcado por muitos altos e baixos, arrependimentos, consagração nunca alcançada e rumos inesperados.
Suzi Quatro começa a se destacar como integrante da banda Fanny, junto com a irmã Patti. Porém, ela logo é descoberta por um empresário musical, que resolve contratá-la sozinha, retirando-a do grupo, o que causa um grande mal-estar familiar, que parece nunca ter sido resolvido e jamais se resolverá.
Um dos momentos mais tristes de Suzi Q é, quando a artista conta que, certa vez, ao retornar para casa, percebeu que o antigo quarto estava vazio, como se a tivessem apagado da memória. E o reconhecimento por parte dos pais só viria muitos anos depois quando ela estrelaria um musical, o que, de certo modo, resultaria no afastamento dela do marido e do empresário.
Ao mesmo tempo, Suzi, que muito tempo depois receberia o título de doutora honoris causa e que até hoje segue na ativa, nunca alcançaria o topo das paradas dos Estados Unidos, o que aconteceria em muitos países da Europa e na Austrália, o que, de acordo com alguns depoentes, se devia ao forte preconceito da época diante de uma garota baixinha e que empunhava no palco imenso um baixo muito maior do que ela. O reconhecimento no próprio país só viria depois de estrelar um famoso seriado da televisão, como a personagem Leather Tuscadero de “Happy Days”, e de um dueto romântico com Chris Norman, “Stumblin’”.
Por Guilherme Bryan
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