O Homem nas Trevas 2
Com roteiro de Fede Alvarez, terror O Homem nas Trevas 2 chega às plataformas digitais
Lançado em 2016, o primeiro O Homem nas Trevas consolidou o uruguaio Fede Alvarez como um dos nomes mais promissores do horror. Ousado, perturbador e alucinante, o primeiro filme mostrou que o gênero terror tem espaço para inventividade em Hollywood. O mesmo, entretanto, não se pode dizer de O Homem nas Trevas 2, no qual Fede Alvarez assume como roteirista ao lado do diretor Rodo Sayagues. O terror acaba de chegar para aluguel nas plataformas digitais.
Enquanto o primeiro longa-metragem subvertia a lógica dos filmes de invasão de domicílio, colocando o perigo justamente no dono da casa e não nos invasores, O Homem nas Trevas 2 volta à lógica tradicional: o vilão do primeiro filme, um veterano de guerra cego interpretado por Stephen Lang, tem novamente a sua residência invadida, mas, dessa vez, ele não é o algoz do filme – e sim os invasores que, por algum motivo, querem mexer com a filha do velho, de 8 anos.
Simpatizar com o personagem de Lang depois do perturbador primeiro longa-metragem é a coisa mais desconcertante de O Homem nas Trevas 2. Mas é inevitável, afinal, ele está, de certa forma, no papel de protetor da garota com a qual os assaltantes querem mexer. Mesmo que o passado do personagem nos faça questionar – e temer pelo pior – a respeito de como o senhor conseguiu essa filha, interpretada por Madelyn Grace, é inevitável torcer para que ele consiga protegê-la. O monstro é o mesmo, mas as circunstâncias mudaram, e o público é colocado ao lado de quem teve medo, nojo e repulsa no primeiro filme.
O Homem nas Trevas 2 tenta fugir de uma continuação inevitável de terror, na qual um novo grupo invadiria a casa, e temeríamos novamente pela vida dos jovens assaltantes. Entretanto, toda a execução deixa a desejar. Não há mais a claustrofobia do primeiro filme, as reviravoltas que tornavam a vida dos personagens mais complicadas, o jogo de gato e rato inteligente, a revelação macabra. Há uma série de vilões desprezíveis e desinteressantes, uma explicação forçada demais para justificar toda a trama e nenhuma grande surpresa para justificar essa sequência.
Por Gabriel Fabri (@_gabrielfabri)
Jornalista, especializou-se em Cinema, Vídeo e TV pelo Centro Universitário Belas Artes. Colaborou com Revista Preview, Revista Fórum e Em Cartaz. É autor de Fora do Comum – Os Melhores Filmes Estranhos e O Pato – Uma Distopia à Brasileira.
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