Festival In-Edit acontece online pela 2ª vez
13ª edição do In-Edit Brasil, o Festival Internacional do Documentário Musical, começa nesta quarta-feira, 16 de junho, com homenagem ao documentarista norte-americano Don Alan
A décima terceira edição do In-Edit Brasil, o Festival Internacional do Documentário Musical, começa nesta quarta-feira, 16 de junho, com homenagem ao documentarista norte-americano Don Alan Pennebaker e filmes que retratam do DJ Moby a banda new wave Go-Go’s, passando pelo compositor Paulo César Pinheiro e o grupo Secos & Molhados. Pela segunda vez, o festival será todo online, por meio do site br.in-edit.org, com. A programação é inteira gratuita, mas com limite de visualização. Parte da programação também estará disponível na plataforma do Sesc Digital, com acesso gratuito; e na Spcine Play, também de graça.
Considerado um dos pioneiros de um tipo de documentário conhecido como “cinema direto”, Don Alan Pennebaker ficou conhecido mundialmente graças a “Don’t Look Back” (1967), a respeito da turna realizada por Bob Dylan na Inglaterra. Outro marco da cinematografia dele é “Monterey Pop” (1968), a respeito do lendário e apontado como um dos mais importantes festivais de rock da história. Mas no In-Edit também será possível assistir a curtas-metragens do diretor a respeito de artistas como os roqueiros Little Richard e Alice Cooper, e o jazzista Dave Lambert.
Da parte internacional do festival, vale a pena ficar de olho em “American Rapstar”, de Justin Staple, que retrata o atual e milionário cenário do rap dos Estados Unidos. Ainda no universo do hip hop, vale a pena conferir o suíço “Contradict”, de Peter Guyer e Thomas Burkhalter, que mostra um grupo de jovens músicos que se reúne para produzir música em Accra, a capital de Gana.
Um dos filmes mais aguardados é “Crock of Gold: A Few Rounds with Shane MacGowan”, que une o ator Johnny Depp, aqui como produtor, com o badalado diretor Julien Temple, para homenagear Shane MacGowan, líder e vocalista da banda irlandesa The Pogues. Já a surpresa fica para a história de amor de “Faith & Branko”, de Catherine Harte, numa co-produção Sérvia e Reino Unido, que mostra o encontro da inglesa, que toca acordeão e estuda cultura cigana, Faith, com o violinista sérvio Branko. E é curioso o tema de “Rockfield: A Fazenda do Rock”, de Hannah Berryman, que mostra uma família de fazendeiros do interior do País de Gales que montou um estúdio de gravação capaz de competir com o lendário Abbey Road, de Londres, na Inglaterra.
Há ainda “Metal: A Headbanger’s Journey”, de Scot McFadyen, Jessica Joy Wise e Sam Dunn, um antropólogo canadense que resolve investigar porque o heavy metal se transformou num estilo de música extremamente popular em muitos países, desenvolvendo seu próprio código de comportamento e modo de se vestir. “Moby Doc”, de Rob Gordon Bralver, retrata a vida do DJ Moby, que é conhecido no mundo todo, em meio a devaneios, vícios e vida de popstar. E “The Go’Go’s”, de Alison Ellwood, conta a história da banda new wave de meninas Go-Go’s, que se apresentaram no primeiro Rock in Rio, de 1985.
No Panorama Brasileiro, dividido em Competição Nacional, Mostra Brasil e Curtas Brasileiros, destacamos “Alzira E – Aquilo que Eu Nunca Perdi”, de Marina Thomé, que retrata a importante artista nascida e criada no Pantanal e que fez parte da denominada Vanguarda Paulistana; “Canto de Família”, de Paula Bessa Brazil e Mihaj Andrei Leaha, que retrata os irmãos Cruz, que foram criados na violenta periferia de Fortaleza (CE) e encontraram uma saída na música; e “Dois Tempos”, de Pablo Francischelli, um roadmovie com os violonistas Yamandu Costa e Lucio Yanel.
Há cinebiografias de Jair Rodrigues (“Jair Rodrigues – Deixa que Digam”, de Rubens Rewald), Paulo César Pinheiro (“Paulo César Pinheiro – Letra e Alma”, de Andrea Prates e Cleisson Vidal, um dos destaques do festival É Tudo Verdade deste ano), Made in Brazil (“Esta é Uma Banda Made in Brazil”, de Egler Cordeiro) e Secos & Molhados (“Secos & Molhados”, de Otávio Juliano). E vale a pena separar um tempo para “Swingueira”, de Bruno Xavier, Rodrigo Pires, Yargo Gurjão e Felipe de Paula, a respeito de jovens da periferia de Fortaleza (CE), que se reúnem para uma competição de dança, a Swingueira; “Histórias e Rimas – O Filme”, de Rodrigo Giannetto, que conta a história do hip hop brasileiro; e “Ventos Que Sopram Maranhão”, de Neto Borges, que é uma viagem musical de Zeca Baleiro ao seu estado natal.
Por Guilherme Bryan