Minari
Indicado ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Minari – Em Busca da Felicidade pode consagrar a coreana Yuh-Jung Youn como Melhor Atriz Coadjuvante
As pessoas se mudam para os EUA e esquecem de onde vieram. Essa observação vem da personagem de Yuh-Jung Youn, indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, e sintetiza muito sobre Minari – Em Busca da Felicidade. O longa-metragem, vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, concorre a seis Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.
O filme conta a história de uma família de imigrantes coreanos que acaba de se mudar para um trailer, em uma região rural dos EUA. Monica (Yeri Han) torce o nariz para a ideia do marido, Jacob (Steven Yeun, primeiro ator de descendência asiática indicado a Melhor Ator no Oscar), quando encontra a propriedade, um trailer, bem longe da cidade grande. Se vendo obrigada a ceder, ela então barganha para que sua mãe vá morar com eles.
Minari conquista o público ao focar na relação de David (Alan S. Kim), o filho mais novo, e a avó. O garoto é fofo, mas estranha e resiste à presença da avó, que nunca tinha tido a chance de conhecer. Aos poucos, entretanto, esse conflito geracional e também cultural vai dando lugar a uma relação afetiva.
A história do filme tem inspiração autobiografia do diretor e roteirista Lee Isaac Chung, que, durante a sua infância, também estranhou as diferenças culturais com a avó. É sobre essas diferenças que o filme tenta provocar reflexões, a começar pelo título do longa-metragem: Minari é uma planta típica da cultura coreana que o pequeno David nunca nem tinha ouvido falar, como o chá que sua avó preparou. Os pais do garoto esqueceram da música que eles mais gostavam. Não há uma igreja coreana na região, e a avó é a primeira a notar que há um certo descompasso entre as crenças da família e da nova igreja que frequentam.
Falando de maneira leve da importância de se conectar com as raízes e com os nossos antepassados, Minari é um filme sobre família, mas também é duro ao falar sobre os sacrifícios que devemos fazer por ela. Qual o limite do que podemos abrir mão de nossos desejos, sonhos e ambições pelo outro? Essa é uma pergunta que ecoa na cabeça após a sessão.
Por Gabriel Fabri
Confira o trailer de Minari abaixo:
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